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“A literatura diz coisas que não podem ser expressas de outra forma”

Afirmação é de Bernardo Carvalho, autor do livro “Nove Noites”, que nesta quinta-feira (25) esteve na Sessão Vestibular da FIL



Sessão Vestibular com Bernardo Carvalho

Bernardo Carvalho, autor do livro “Nove Noites”, participou na manhã do dia 25/08, do terceiro dia da Sessão Vestibular, na Fábrica - Instituto SEB, dentro da programação da 21ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto (FIL). A conversa teve mediação do professor Marcelo Muller e participação dos alunos do projeto Nau Vestibular. “Nove Noites” faz parte da lista de livros indicados para o vestibular da Fuvest este ano. “Muito se fala sobre a subjetividade do texto literário, mas ele existe para dizer coisas que não podem ser expressas de outra forma. A literatura funciona na linha da resistência, para contradizer os consensos. O meu livro é uma tentativa de alargar os sentidos da literatura”, afirmou o autor.


No auditório do SESC, as aventuras de Geraldo Viramundo por Minas Gerais ocuparam o auditório da unidade para a oficina “O Grande Mentecapto: preparação para Leitura Dramática”, mediada pelo ator Leonardo Miggiorin. A voz e o corpo foram as ferramentas utilizadas na atividade baseada na obra clássica de Fernando Sabino. “É um texto que precisa de atenção porque muita gente ouviu falar, mas não conhece. A oficina é uma forma de promover e reverenciar esse autor tão importante”, comentou Miggiorin. Com jogos em grupo, a atividade foi centrada no processo de internalização do texto e serviu como preparação para a Leitura Dramática de Miggiorin no final da tarde. Publicado em 1979, o romance “O Grande Mentecapto” é título referencial da literatura brasileira.


No Estande Diversidade, a ONG Cão Paixão reuniu amantes de animais e público interessado em geral para uma conversa sobre o projeto, criado em 2009, que treina cães para serem guias e participantes de atividades terapêuticas para pessoas com deficiências. “Especialmente para as crianças deficientes, a presença dos cães em seu dia a dia é muito importante e entendemos ser bastante significativo para a cidade de Ribeirão Preto ter um trabalho como esse, feito com amor e devoção”, pontuou Mércia Soares de Oliveira, presidente da ONG.


Arte em intercâmbio de gerações


“Gosto muito de escrever e essas pessoas me inspiram”. A fala é de Camila Cristina Pereira de Souza, 17, aluna do terceiro ano do ensino médio da Escola Estadual Otoniel Mota, que esteve presente no Sarau realizado pela Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto (Alarp), na tarde de quinta-feira (25) na FIL. No auditório do Centro Cultural Palace, artistas da literatura, música e artes visuais fizeram apresentações, leituras de poemas e conversa sobre a exposição de quadros instalada no saguão do prédio, com trabalhos produzidos exclusivamente para esta edição da Feira do Livro, em homenagem ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.


Conduzido pela escritora Eliane Ratier, o evento foi aberto por Ed Lemos, ao acordeão, e Jorge Carvalho, ao violão, executando peça do compositor húngaro Franz Liszt. Para Gilda Montans, presidente da Alarp, a atividade é de importância mútua. “Para nós, como artistas e instituição, este evento é uma oportunidade maravilhosa de apresentarmos as nossas artes. Para a FIL, é um diferencial ter na cidade um número tão expressivo de artistas que dão suporte para que, durante este evento, Ribeirão Preto seja transformada na capital nacional da cultura”, disse Gilda. “Somos uma Academia de gente muito ativa, muitos acadêmicos estão diretamente envolvidos com a FIL e agradecemos esta oportunidade”, emendou Eliane Ratier.


Foi a primeira vez que a estudante Camila entrou no Centro Cultural Palace e a alegria estava transparente. “Estou encantada e emocionada com esse lugar e por poder ter a oportunidade de conhecer esses artistas e a arte que eles produzem, que é muito inspiradora”, disse a estudante. Seu colega de turma, Alex Yuri Nezzi de Oliveira, 18, também se demonstrou empolgado com o Sarau. “Gosto de buscar conhecimento com pessoas mais sábias. Quero aprender com elas. Tudo aqui me emocionou e me identifiquei com as palavras que ouvi de todos os artistas”, afirmou o jovem. A Alarp tem 40 anos de atividades ininterruptas e 50 acadêmicos de diferentes linguagens artísticas.


Um pouco antes, o escritor, historiador e biógrafo Paulo Rezzutti recebeu o público no auditório Meira Júnior, no Theatro Pedro II, para uma conversa sobre história do Brasil, na Sessão 200 Anos. A partir dos temas “D. Pedro - a história não contada: o homem revelado por cartas e documentos” e “Dona Leopoldina - a história não contada: a mulher que arquitetou a Independência”, Rezzutti abordou assuntos diversos, como o papel da princesa Isabel para além da questão abolicionista, lembrando o financiamento que ela fez ao projeto de Santos Dumont e a forma como se colocou como esteio de ajuda ao Brasil após a morte de seu pai; e sobre o apagamento da figura de Dona Leopoldina na história nacional oficial.


No mesmo auditório, o projeto Rima de Fera, realizado pelo Colégio Anglo, fez o lançamento do livro “Modernistas da Posterioridade”, produzido pelos alunos, também a partir da inspiração da Semana de Arte Moderna. Com presença de estudantes, pais e professores, a escola fez a premiação dos três alunos melhores classificados nas categorias poesia e crônica e prosa, e da aluna vencedora na categoria ilustração. Todos receberam kits escolares e vales para consumo na feira. Esta foi a sétima participação do colégio Anglo na FIL.

Direitos e responsabilidades


A violência contra a mulher foi o tema do debate realizado pelo Espaço Favela, no Estande CUFA. A advogada Larissa Brito, da ONG Vitória Régia e integrante da Comissão de Igualdade Racial da OAB-RP; a covereadora Silvia Diogo e a assistente social Taís Silva, da ONG Casa da Mulher, conversaram com o público sobre questões diversas, desde os avanços protetivos trazidos pela Lei Maria da Penha até às dificuldades de tornar esse dispositivo legal mais efetivo. “A agressão física é a mais vísivel e de fácil identificação. Mas há outros tipos de violências contra as mulheres, como a psicológica e a patrimonial, que não são facilmente percebidas e que exigem um pouco mais de atenção de quem está por perto, sejam amigos, familiares, vizinhos, professores, colegas de trabalho”, pontuou Larissa Brito, enfatizando a responsabilidade social que o tema exige.


“A violência psicológica é tão ou mais séria e dolorosa que a física e se torna o principal fator que leva às mulheres a não buscarem ajuda para o que estão vivendo. Elas ficam com medo”, explicou Taís Silva, que também é Promotora Legal Popular (PLP) e trabalha com atendimento a mulheres em situação de violência e vulnerabilidade. “As mulheres que sofrem violência precisam ser encorajadas a fazer denúncia, a sociedade como um todo precisa assumir como sua essa questão e o poder público tem a obrigação de promover políticas de cuidado a essas pessoas”, completou Silvia Diogo. Ela ainda lembrou as falhas que ainda persistem no sistema Judiciário, desde o atendimento pela polícia até às decisões de juízes, passando pelo acesso das mulheres às redes de apoio e à baixa eficiência e eficácia dos órgãos públicos no tratamento da questão.


Sobre a Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto


A 21ª edição da Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto aconteceu de 20 a 28 de agosto de 2022 e trouxe como proposta de reflexão o tema “Do Caburaí ao Chuí: a força da Literatura Brasileira”. A proposição embasou todas as atividades e debates do evento. A feira consagrou-se como um dos maiores eventos culturais do país: 21 anos de história e 20 edições realizadas. Em 2020, a feira tornou-se internacional e em 2021 realizou sua 20ª edição, pela primeira vez, no formato on-line, devido à pandemia do Coronavírus. Realização: Ministério do Turismo, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, Usina Alta Mogiana, GS Inima Ambient e Fundação do Livro e Leitura apresentam a 21ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto (FIL). Patrocínio Diamante: Usina Alta Mogiana e GS Inima Ambient. Patrocínio Ouro: GasBrasiliano e Savegnago. Patrocínio Prata: Passalacqua, Premier Pet, Pedra Agroindustrial, Ribeirãoshopping e Riberfoods, Usina Vertente,Tereos e Vittia. Patrocínio Bronze: Supermercados Gricki, MazaTarraf, Tracan, Santa Helena. Patrocínio: Madeiranit, Usina São Martinho, Tarraf. Instituição Cultural: SESC. Parceria Cultural: Fundação Dom Pedro II – Theatro Pedro II, Alma – Academia Livre de Música e Artes, Biblioteca Sinhá Junqueira, Centro Cultural Palace, Instituto do Livro, CUFA, A Fábrica, IPCCIC – Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais, Teatro Municipal de Ribeirão Preto, AbaCare, Associação de Surdos, CAEERP, FADA, Fundação Panda, Ribdown, SOMAR. Apoio: ACIRP, Base Química , Cenourão, Combustran, DTEK, Durati Distribuidora, Lopes Material Rodante,Molyplast, Mialich supermercados, Santa Emília, Transmogiana,Tonin, Vantage – Geo Agro, ViaBrasil, Coderp, Transerp, Guarda Civil Municipal, Polícia Militar, Secretaria de Cultura e Turismo, Secretaria de Educação, Secretaria do Meio Ambiente, Secretaria de Infraestrutura. Apoio Cultural: Convention Bureau, Colégio Marista, Diretoria de Ensino – Região de Ribeirão Preto, ETEC – José Martimiano da Silva, Educandário, SESI, Barão de Mauá, Centro Universitário Moura Lacerda, Unaerp, NW3, Grupo Utam, Monreale Hotéis, Painew, Verbo Nostro Comunicação Planejada e Instituto Unimed.

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