‘É preciso pensar o âmbito social da globalização‘
Para Cairo Junqueira, professor da Universidade Federal de Sergipe, devemos entender o mundo globalizado muito além do ponto de vista político, econômico e comercial
Para o sociólogo Anthony Giddens, o conceito de globalização refere-se à “intensificação das relações sociais em escala mundial e as conexões entre as diferentes regiões do globo, através das quais os acontecimentos locais sofrem a influência dos acontecimentos que ocorrem a muitas milhas de distância e vice-versa”. Foi citando o filósofo social britânico de 82 anos que o professor Cairo Junqueira, docente do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Sergipe (UFS) abriu nesta segunda-feira (14/9) as palestras 100% digitais do evento “20 Horas de Literatura”, promovido até sexta-feira (18/9) pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o Sesc-SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.
Em sua participação, mediada por Thais Heinisch, coordenadora de Programação do Sesc Ribeirão, o professor afirmou que é preciso entender o âmbito social da globalização, muito além de seus aspectos políticos, econômicos e comerciais. “Entendo a globalização com um grande cesto de coisas, não uma infinidade, mas um aglomerado de fenômenos sociais, culturais, espaciais, tecnológicos e, claro, políticos, econômicos e comerciais”, disse.
Para Cairo, se por um lado o conceito de mundo globalizado traz benefícios, como o aumento do fluxo de bens e de pessoas, por outro, apresenta aspectos ruins. “Hoje, é muito fácil e rápido sair do Brasil e em poucas horas estar na Europa. Mas, é fácil para quem? Quem tem condições? Até que ponto a globalização é includente ou excludente?”, questiona o professor, lembrando, mais uma vez, a dimensão social do termo.
O mesmo se aplica à tecnologia. Falando ao vivo de Sergipe, por meio de uma conexão de internet, Cairo Junqueira lembrou do grande contingente de pessoas que não possuem acesso a este tipo de tecnologia.
Outro ponto levantado pelo professor foi o das rupturas dos processos de globalização, como por exemplo, a pandemia da COVID-19. “A pandemia é algo que coloca a globalização em câmara lenta, se comparada ao final do século 20 e início do século 21. Vemos fechamentos de fronteiras, redução do tráfego aéreo internacional. É interessante observar que a pandemia é algo global, mas que não tem uma resposta globalizada. São dinâmicas diferentes, que exigem respostas locais ou regionais”, avaliou o professor da UFS.
As palestras de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas têm transmissão ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. Toda a agenda conta com profissionais especializados em tradução e interpretação em Libras.
O evento, que acontece até a próxima sexta-feira (18), é uma ação comemorativa aos 20 anos da FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto). Os interessados em participar da programação podem ainda se inscrever pela plataforma e ao final do evento vão receber certificado online de participação.
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