top of page

FIL celebra inclusão, diversidade e memórias em um dia de múltiplas experiências

Terça-feira na 24ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto reuniu oficinas sensoriais, performances poéticas, atividades infantis, projetos sociais, debates, entre várias atividades 


ree

O quinto dia da 24ª FIL - Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto reforçou o caráter plural da feira, com atividades para todos os gostos e idades. A programação espalhada pela cidade mobilizou escolas, famílias, leitores, pesquisadores e amantes da cultura em oficinas, bate-papos, contações de histórias e intervenções artísticas. Para a curadora da FIL, Adriana Silva, “a diversidade é uma marca da FIL e está presente em toda a programação e nos espaços, tornando o evento um encontro cultural e socialmente inclusivo.”  


Logo cedo, a energia contagiante de centenas de estudantes movimentou a feira. No Theatro Pedro II, eles se reuniram para um encontro do projeto Combinando Palavras com a autora Marília Marz, enquanto, na Praça XV de Novembro, múltiplos espaços fervilhavam com atividades simultâneas. Já no Teatro Sesi, a manhã ganhou novos contornos com a presença da escritora Cidinha da Silva, que conversou com os jovens e acompanhou a apresentação de trabalhos preparados em sua homenagem.


Poesia em corpo e voz


ree

No auditório Meira Junior, a poeta e performer Natasha Félix apresentou a palestra “Dançar o Poema”, explorando a relação entre palavra, corpo e oralidade. Em sua fala, destacou como a performance é um exercício de presença. “Pode ser um verso de uma música ou de um poema. Mas ajuda a gente a viver, a se sentir presente também. É raro, mas no palco, com o microfone ou quando estou escrevendo, sinto que estou no meu corpo, no meu lugar. É bom a gente se sentir vivo.”


Natasha também refletiu sobre o risco criativo e a liberdade da performance. “Sempre tenho medo de mostrar um texto novo, mas eu gosto de sentir medo, porque tem o lugar de se sentir vivo”. Entre improvisos e jogos vocais, a poeta mostrou como a leitura oral dá nova vida aos textos e destacou ainda como a escrita é atravessada por parcerias e trocas: desde gravações caseiras durante a pandemia até diálogos com artistas do rap, do slam e da cena contemporânea, como Luna Vitrolira e Mel Duarte. Para ela, a poesia falada é viva, mutante e coletiva: “Essa escrita é sempre alimentada. A invenção, para mim, é uma saúde. Criar alianças, imaginar junto, sonhar junto — acho que é um pouco por aí.”


Bem-estar em pauta


ree

A Jornada Sensorial: explorando o futuro através da Aromaterapia, realizada a partir das 14h e conduzida pela equipe do Senac Ribeirão, no Espaço Oficinas Sesc Senac, ofereceu ao público uma experiência prática e reflexiva sobre o poder dos aromas no cotidiano, sinalizando como eles podem influenciar emoções e memórias. 


A proposta despertou curiosidade e abriu espaço para reflexões sobre como práticas sensoriais podem ser incorporadas ao cotidiano para ampliar qualidade de vida e equilíbrio pessoal. A fisioterapeuta e professora Juliana Santos Moraes, responsável pela oficina, explicou que a proposta foi “trazer uma vivência sensorial e aromática para desmistificar os conceitos da aromaterapia e mostrar a diferença entre óleos essenciais e essências sintéticas”. 


Os participantes puderam produzir seus próprios aromatizadores — com opções calmante, energizante ou ansiolítica — e confeccionar pindas terapêuticas, feitas com especiarias como camomila, sal grosso e óleos essenciais, tradicionalmente usadas em massagens para proporcionar rejuvenescimento e bem-estar. Para Juliana, compartilhar esse conhecimento em um espaço como a FIL foi uma experiência valiosa. “Os óleos essenciais têm um poder terapêutico e precisam ser administrados com conhecimento. Estar aqui é uma possibilidade de orientar, esclarecer dúvidas e mostrar como as práticas integrativas podem ser incorporadas ao dia a dia, servindo como ferramenta de saúde e qualidade de vida”. 


Encantos e sorrisos para o público infantil


ree

Histórias e brincadeiras marcaram a programação voltada às crianças. A contação “Histórias e Brincadeiras Africanas”, com Lorena Ramos, emocionou o público ao valorizar afeto, ancestralidade e orgulho da identidade negra. Já o espetáculo circense “Inutensílio”, da Cia Terrível, transformou objetos cotidianos em números de malabarismo e palhaçaria. Na contação “Miscelânea Literária”, Evaristo Moura conduziu crianças e adultos por uma jornada lúdica que misturou histórias, poesias e cantigas.


Artes plásticas e meio ambiente


Na Tenda Sesc, a vida, a obra e o ativismo ambiental de Frans Krajcberg foi o tema do bate-papo com João Meirelles, ambientalista e escritor, autor do livro “Frans Krajcberg - A Natureza como Cultura”, biografia do pintor, escultor e fotógrafo polonês naturalizado brasileiro. Após 110 entrevistas com 80 pessoas e 40 anos de trabalho, o livro retrata a vida de Krajcberg a partir de diferentes perspectivas, todas vivenciadas pelo autor em sua caminhada de vida junto ao artista retratado. “É uma biografia vivida. Krajcberg era um incansável defensor da vida e um artista integral. Sem nunca abrir mão de seus princípios, ele deu os primeiros gritos ferozes no Brasil em defesa da natureza”, contou João Meirelles.


Construtor de um acervo artístico que reúne trabalhos com materiais diversos como madeira, barro, papel e cerâmica, manipulados em diferentes técnicas, Frans Krajcberg foi, segundo o autor da biografia, um artevista, na medida em que sempre utilizou sua arte como forma de militância nas questões ambientais. “Não dá para dissociar a arte da natureza e, por isso, precisamos falar de Krajcberg hoje. A dimensão da sua obra é imensa e ele conseguiu, não sendo brasileiro, tirar o Brasil de dentro de nós”. 


Realidade fantástica


ree

A agenda noturna começou com a palestra “Afrofuturismo”, que trouxe à FIL os autores Lu Ain Zaila e Fábio Kabral, para uma conversa sobre o gênero da literatura futurista a partir de referências e parâmetros da cultura e filosofia africana. Com curadoria do Instituto Abayomi e mediação de Lubicélia Santana e Helen Caetano, a atividade destacou a  produção literária negra no Brasil dentro do recorte específico da realidade, com os convidados contando sobre suas experiências nesse ambiente. “Todos os meus livros giram em torno da filosofia africana, dos orixás, do candomblé. Os terreiros aparecem como grandes corporações ou como reinos mágicos. Os jogos e desenhos animados - que via e lia desde criança - são minhas principais referências”, explicou Fábio Kabral, que se define como um escritor 100% afrocentrado.


A pedagoga, professora e mestranda em Letras Lu Ain Zaila, destacou as dificuldades com as quais lida no processo de publicação de seus livros independentes. “É um processo de reconhecimento de possibilidades em contar histórias de lugares fantásticos com cenários e personagens que remetem à história do povo negro”, pontuou Lu Zaila, que atualmente escreve sobre Estudos Literários Negros no Brasil. Perguntado sobre dificuldades e/ou preconceito em torno da utilização de referências das religiões de matriz africanas em sua produção, Fábio Kabral foi pragmático. “Ninguém precisa saber nada de mitologia grega para ler os clássicos cheios de deuses e heróis. E ninguém precisa saber nada sobre orixás para ler meus livros. São apenas histórias”, finalizou.


Show


ree

À noite, a atriz e cantora Mayana Neiva emocionou o público, na Tenda Sesc Senac, ao apresentar faixas de seu álbum Tá Tudo Aqui Dentro, em um mergulho pelas raízes nordestinas e latino-americanas. No Centro Cultural Palace, o Coral Sincovarp celebrou a força do canto coletivo, enquanto a Biblioteca Sinhá Junqueira recebeu o projeto Cine Barão, que exibiu o filme Hoje eu Quero Voltar Sozinho, seguido de debate com professores e alunos da Barão de Mauá. O encerramento ficou a cargo da psicanalista Maria Homem, que lotou a Sala Principal do Theatro Pedro II em um bate-papo instigante sobre gênero e identidade no mundo contemporâneo, fechando a terça-feira da FIL com reflexão, emoção e diálogo.



 
 
 

951 comentários






botao_fixo.png
logo.png
  • Instagram
  • Facebook
  • Preto Ícone LinkedIn
  • Twitter
  • YouTube

Rua Professor Mariano Siqueira, 81

Jardim América - Ribeirão Preto SP

Fale conosco

Telefone: (16) 3900-0284 | 3911-1050

WhatsApp: (16) 98201-2389

contato@fundacaodolivroeleitura.com.br

Horário de Funcionamento

De segunda a sexta, das 9h às 18h

*Consulte nossos horários especiais de funcionamento durante a Feira Internacional do Livro e demais eventos.

Receba nossa News e fique por dentro de todos nossos eventos e notícias

Obrigado pelo envio!

bottom of page