Evento contou com a slammer Roberta Estrela D’Alva no comando da batalha e premiou os três primeiros colocados na disputa. Durante o dia, os visitantes da feira participaram de oficinas, bate-papo, mesas redondas, debates, Salão de Ideias, rodas de conversa, Sessão Filosofia e diversas outras atividades
A arte das ruas ocupou a sala principal do Theatro Pedro II na noite desta quarta-feira, 7 de agosto, para o encerramento do campeonato regional Slam 016, uma das inovações trazidas pela 23ª FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto). O grupo formado por 12 slammers, representando sete Slam’s (grupos de poesia falada), passou por etapas classificatórias realizadas desde abril em Ribeirão Preto e cidades da macrorregião. A apresentação de poemas autorais construídos a partir de temáticas diversas foi comandada pela poeta e slammer Roberta Estrela D’Alva, pioneira do movimento da poesia falada no Brasil e principal nome feminino na cena nacional do slam. A competição premiou os três primeiros colocados após duas rodadas de apresentações. Na abertura, o slammer Beto Souza, do Coletivo Abayomi, declamou poema de sua autoria.
A slammer Dani Paina foi a vencedora e levou para casa o prêmio triplo, com três vales para consumo na cervejaria Invicta, no valor total de R$ 300, um curso de italiano durante um ano e serviços de estética. Realizado em parceria com Instituto Abayomi de Direitos Humanos - Coletivo Abayomi, a final do campeonato contou com a participação dos Slam’s Travessia, Desafeto, Vida Louca, Da Paz, Orienta, Da Cana e Das Minas.
Durante a tarde, dois encontros atraíram o público. No Salão de Ideias, o escritor gaúcho Antônio Xerxenesky conversou com o público da FIL no auditório da Biblioteca Sinhá Junqueira (BSJ). Em pauta, sua produção literária e o nazismo, assunto abordado em seu livro “Uma tristeza infinita”. “Estou há quatro anos sem escrever, mas é normal esse tempo e uma hora vai sair. Mesmo se eu lançar outro livro daqui 10 anos”, disse o escritor sobre a possibilidade de alguma nova obra para os próximos meses.
Xerxenesky comentou que poucos escritores vivem de publicações anuais e que existe um ponto positivo quando a vida do autor não é dependente disso: “é que não ficamos presos ao calendário das editoras”. Para quem deseja inrgressar no meio literário ele trouxe recomendações importantes. “Não dá para ter a falsa ilusão de que a literatura vai se tornar relevante daqui a 20 ou 30 anos, embora o mundo tenha mudado muito. Quando comecei no mercado editorial, tinha meia dúzia de literatura nacional. Hoje, vocês conseguem ter eventos pelo país todo. E mudou o rosto branco de classe média do leitor para a pluralidade que somos”, completou.
Na Sessão Filosofia, o centro da conversa com o filósofo e professor Renato Janine Ribeiro foi a Democracia e seus desdobramentos a partir do que a Filosofia ensina sobre essa ideia. “Os questionamentos que a Filosofia nos traz permitem que as pessoas contestem e impulsionem mudanças”, disse Janine Ribeiro, ressaltando que “quem questiona sobre o tempo, sobre o poder, já está filosofando”. Atual presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o palestrante foi mais um que levou a questão da educação para o afeto e para o amor ao centro do debate. “Vivemos um tempo em que não se educa para o compromisso das relações amorosas e temos diante de nós um grande pacote do afeto com o qual a gente ainda não sabe lidar a medida correta”, finalizou.
Literatura e saúde mental
Na Tenda Sesc, a jornalista Daniela Arbex e a advogada e escritora Raquel Gouveia Passos, abordaram diferentes aspectos da loucura, com recorte pontual na saúde mental feminina. A ligação de transtornos mentais a realidades de rejeição e estigma estiveram no eixo da conversa, que tratou da questão dos hospícios no Brasil e como os conceitos de insanidade foram construídos para justificar a clausura e o silêncio de pessoas socialmente indesejadas. “Há uma banalização da experiência da loucura, que reduz quem enfrenta essa vivência de forma medicamentosa”, disse Raquel Gouveia.
Daniela Arbex, pesquisadora da história e dos procedimentos do Hospital Colônia de Barbacena - uma das sete instituições psiquiátricas instaladas na cidade mineira, que passou a ser chamada de a cidade dos loucos, é autora do livro “Holocausto Brasileiro”. Ela abordou como o machismo levou ao silenciamento de muitas mulheres colocadas em hospícios para esconder gravidezes geradas por estupros. Juntas, as palestrantes também falaram sobre a conivência da ciência ética com a indústria da loucura. “Há pessoas que não têm como elaborar suas perdas porque precisam apenas sobreviver. Há infâncias atravessadas pela violência, numa produção contínua de sofrimento. As mulheres vivem com medo de andarem sozinhas nas ruas. Tudo isso afeta a saúde mental. Vivemos numa sociedade que produz ausência de saúde mental”, enfatizou Raquel Gouveia, autora do livro “Na Mira do Fuzil: a saúde mental das mulheres negras em questão”.
Na programação da quarta-feira ainda teve o show CRUA, projeto solo da cantora e compositora ribeirão-pretana Jacque Falcheti, no Espaço Ambient de Leitura. Em formato minimalista, com violão e voz, a artista apresentou trabalho consistente que condensa dois anos do projeto no Brasil e no exterior. Paralelamente, Jacque lançou livro homônimo ao show e abriu a exposição “Diário de Produção - 2 anos CRUA”.
A 23ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto continua até domingo (11/08), e a programação completa está disponível no endereço eletrônico www.fundacaodolivroeleiturarp.com. O evento tem organização e realização do evento é da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto.
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