Obra bem-humorada de ficção científica, escrita há quatro décadas pelo inglês Douglas Adams, foi o tema do bate-papo entre a jornalista Isabella Grocelli e a professora e sócia do blog ‘Garotas Geeks’, Flávia Gasi
Considerada uma das principais obras do mundo nerd, a série de ficção científica “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, criada em 1978, na Inglaterra, junto ao filme Star Wars, lançado um ano antes, estimulou a criação do “Dia do Orgulho Nerd”, comemorado todo dia 25 de maio. Como forma de celebrar a data, a Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto preparou um mês todo especial em seu projeto 40tena Cultural. Encerrando o mês, o “Defenda seu Best” debateu a franquia criada por Douglas Adams, que já rendeu programa de rádio, adaptações para os palcos, para a televisão, para os quadrinhos, além de cinco livros, lançados entre 1979 e 1992. A atividade, mediada pela jornalista e influencer geek Isabella Grocelli, apresentou a professora fundadora do Grupo JOI (Jogos Digitais e Imaginários) e sócia do blog “Garotas Geeks”, Flávia Gasi.
Logo no início do bate-papo, Flávia fez uma revelação: a única pessoa nerd em casa era a sua mãe. “Ela que me apresentou literatura, ficção científica, Star Wars, eu jogava videogame com meu irmão mais novo e achei esquisito quando entrei nesse mundo e percebi que não era um mundo para mim, mulher”, disse. Sobre os livros, ela afirmou que a obra de Douglas Adams traz uma ótima coletânea de tudo o que é nerd. “Acho que o autor estava muito à frente de seu tempo, ele traz assuntos polêmicos e relaciona com a ficção científica, e profana tudo, nos entregando uma trilogia de cinco livros, engraçadíssima”, comentou.
“O Guia do Mochileiro das Galáxias” foi apresentado para a professora na década de 1990, e ela não conseguia mensurar que aquela obra era, na verdade, de 20 anos atrás. Muito por conta da linguagem e as metáforas usadas por Adams, ainda estarem presentes poucos anos antes da virada do milênio. “Acho muito incrível como o autor consegue tirar de contexto certas particularidades culturais da humanidade, do momento em que ele está vivendo, e inserir para todos, como uma boa ficção científica faz”, destacou.
Flávia e Isabella ainda debateram sobre o número 42, presente em diversas referências da cultura nerd, em filmes, séries e músicas. Essa “mitologia” do algoritmo surgiu na série “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, em que uma civilização busca a resposta para tudo e, para isso, constrói um robô superinteligente e capaz de responder qualquer dúvida. Ao questionar o aparelho sobre qual o sentido da vida, o universo e outras coisas, ele solicita um prazo de milhares de anos para realizar os cálculos e descobrir a resposta que, ironicamente, é apenas 42. Não importa qual a pergunta, a resposta é 42.
A professora explicou que os livros de Douglas Adams são indicados para qualquer pessoa que queira se inserir no mundo da ficção científica, uma vez que na obra estão presentes robôs, aliens e viagem no tempo. As pessoas que sabem o mínimo sobre esses assuntos já podem ler e, segundo Flávia, vai valer muito a pena. “Existem livros que são clássicos da ficção científica, mas com uma linguagem mais complicada, como ‘Neuromancer’. Mas ‘O Guia do Mochileiro das Galáxias’ é ótimo para qualquer leitor”, garantiu Flávia.
Quem quiser conferir na íntegra este bate-papo, ele está disponível no início do texto 👆🏻 e também em nosso canal do Youtube.
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