Cerca de 8.500 pessoas visitaram os 10 locais da feira e participaram das propostas interativas do evento, voltadas para todos os interesses
O Quarteirão Paulista de Ribeirão Preto amanheceu no sábado do dia 20 de agosto transformado pelas primeiras atividades da 21ª edição da Feira Internacional de Ribeirão Preto (FIL). Pessoas de todas as idades da cidade e região vieram para a praça e aproveitaram as atividades gratuitas.
O espaço Ambient de Leitura roubou a cena na Esplanada do Theatro Pedro II, a partir das 9h, com a contação de histórias “O pescador e a mãe d’água’, apresentada pela Cia Renda de Lenda formada por Carol Capacle e Allê Trajan – a história musicada ganhou coro da plateia, que contou com participação da APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. Logo após, às 10h, foi lançado no local o livro “Água Nossa de Cada Dia” que mescla fotografias feitas por profissionais de diferentes partes do mundo a poemas, crônicas e contos em torno da temática da água. O livro contou com a curadoria das fotos de Paulo Henrique Oliveira e de Dulce Neves, por meio da escrita de Adriana Silva, escritora e jornalista responsável pelo texto e poesia gráfica do livro.
Além da visita aos estandes dos livros, quem passou pela feira pôde participar de salões de ideias, apresentações artísticas, performances, exposições e outras atividades. Entre os destaques, às 9h, o Cantinho Gamer atraiu olhares curiosos de crianças e adolescentes diante de jogos de dança, realidade virtual e jogos clássicos – a atividade é realizada pela Secretaria Municipal da Cultura e Turismo, em parceria com a Evolut Games no estande da Prefeitura.
Mãos na massa
Crianças, adolescentes e adultos interpretaram textos, produziram fanzines, tapetes, bolinhos e customizaram roupas a partir do conceito moda sustentável. A Oficina de Zineteria na Tenda SESC – ateliê aberto com Betto Souza, fundador do coletivo Encontrão Poético na cidade de Francisco Morato trouxe os participantes para o lado prático da feira. “A intenção da zineteria é oferecer um ateliê aberto de experimentação em fanzines, para as pessoas montarem suas próprias criações”, explica Betto. Segundo ele, a atividade foi dividida em três momentos – totalmente a mão com lápis e papel sulfite, através das gravuras e carimbo de EVA ou de isopor e com colagens de revistas. “O fanzine é uma porta de entrada para a leitura, porque o praticante começa a produzir suas próprias escritas, o que estimula a ler outros fanzineiros e a ir para outras leituras”, analisa.
Entre os participantes da Zineteria, Diego Borges, estudante de 19 anos, veio à feira pela primeira vez e já se envolveu com o evento. “Estou achando muito interessante. Tem muita informação para gente absorver e muita coisa a fazer”. Na opinião do estudante, principalmente as crianças de hoje, estão precisando de eventos como a FIL. “A feira traz valorização para a brasilidade”, opina. O professor de história, Cairo Borges, 27 anos, já tinha contato com a técnica em sala de aula. “Foi bem interessante a experiência. O fanzine desenvolve bastante a criatividade dos alunos. Eles adoram criar e uso constantemente para aplicar o conteúdo das aulas”, conta.
O impacto das reflexões que a leitura provoca foi o apelo da Oficina Literária para mulheres “Eu lírico feminino e olhar semiótico”, com a escritora e professora de redação, Marília Marcucci. Ela explica que a oficina literária promoveu interpretação de textos baseada na teoria semiótica e no eu lírico feminino. A intenção foi fazer um mergulho nos textos para reflexões do grupo. “Foi um aconchego, houve muita troca, as pessoas se emocionaram. Estou muito feliz com o resultado”. Para a advogada, Paula Micali, que participou do grupo, as mulheres precisam deste espaço cuidadoso na feira, como o da oficina literária. “Estar junto, poder falar da dor que a gente sente e fazer com que tenhamos voz no evento é muito gratificante”, ressalta.
Mapa literário
Outro destaque da manhã foi o debate de abertura da sessão Mapa Literário, que tratou da produção autoral nas regiões Norte e Nordeste, com a antropóloga e escritora paraense Monique Malcher, pesquisadora de quadrinhos produzidos por mulheres e autora do livro “Flor de Gume”, ganhador do Prêmio Jabuti 2021 na categoria Contos; e com a cantora, compositora, poeta e atriz recifense, Karina Buhr, que acabou de lançar seu primeiro romance “Mainá”. Monique Malcher disse que em sua trajetória sempre lutou muito por sua linguagem, pelas palavras que fazem parte de sua região. "A linguagem representa tudo. Apesar das diferenças, o sentido de cada palavra é sempre o mesmo". Karina Buhr contou que o dia a dia de sua vida e os lugares onde morou fazem parte de sua escrita. "Cada um faz a sua história e cada pessoa tem em sua casa um contador de fatos e narrativas que podem ser levadas para o livro”. A mediação do encontro foi feita por Carla Costa Moraes.
Sobre a Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto
A 21ª edição da Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto aconteceu de 20 a 28 de agosto de 2022 e trouxe como proposta de reflexão o tema “Do Caburaí ao Chuí: a força da Literatura Brasileira”. A proposição embasou todas as atividades e debates do evento. A feira consagrou-se como um dos maiores eventos culturais do país: 21 anos de história e 20 edições realizadas. Em 2020, a feira tornou-se internacional e em 2021 realizou sua 20ª edição, pela primeira vez, no formato on-line, devido à pandemia do Coronavírus. Realização: Ministério do Turismo, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, Usina Alta Mogiana, GS Inima Ambient e Fundação do Livro e Leitura apresentam a 21ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto (FIL). Patrocínio Diamante: Usina Alta Mogiana e GS Inima Ambient. Patrocínio Ouro: GasBrasiliano e Savegnago. Patrocínio Prata: Passalacqua, Premier Pet, Pedra Agroindustrial, Ribeirãoshopping e Riberfoods, Usina Vertente,Tereos e Vittia. Patrocínio Bronze: Supermercados Gricki, MazaTarraf, Tracan, Santa Helena. Patrocínio: Madeiranit, Usina São Martinho, Tarraf. Instituição Cultural: SESC. Parceria Cultural: Fundação Dom Pedro II – Theatro Pedro II, Alma – Academia Livre de Música e Artes, Biblioteca Sinhá Junqueira, Centro Cultural Palace, Instituto do Livro, CUFA, A Fábrica, IPCCIC – Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais, Teatro Municipal de Ribeirão Preto, AbaCare, Associação de Surdos, CAEERP, FADA, Fundação Panda, Ribdown, SOMAR. Apoio: ACIRP, Base Química , Cenourão, Combustran, DTEK, Durati Distribuidora, Lopes Material Rodante,Molyplast, Mialich supermercados, Santa Emília, Transmogiana,Tonin, Vantage – Geo Agro, ViaBrasil, Coderp, Transerp, Guarda Civil Municipal, Polícia Militar, Secretaria de Cultura e Turismo, Secretaria de Educação, Secretaria do Meio Ambiente, Secretaria de Infraestrutura. Apoio Cultural: Convention Bureau, Colégio Marista, Diretoria de Ensino – Região de Ribeirão Preto, ETEC – José Martimiano da Silva, Educandário, SESI, Barão de Mauá, Centro Universitário Moura Lacerda, Unaerp, NW3, Grupo Utam, Monreale Hotéis, Painew, Verbo Nostro Comunicação Planejada e Instituto Unimed.
Comentários