Atividade aconteceu de forma remota nas plataformas digitais da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto no dia 20 de abril e abordou assuntos como diversidade, utopias e racismo
No dia 20 de abril, a programação da 40tena Cultural contou com a presença da escritora Eliane Potiguara que participou do bate-papo “Utopias Sustentáveis: preservação ambiental”. O encontro foi mediado pela professora e bióloga Fernanda Brando.
A escritora iniciou a conversa contextualizando as duas palavras utilizadas na atividade “utopia” e “sustentabilidade”: a primeira foi definida como algo que almeja para a humanidade. Já a palavra sustentabilidade, que, segundo a autora “não é um termo novo, pois a ouvia na década de 70”, é usada hoje para situar as questões de qualidade de vida. “Na época que comecei nos movimentos feministas, indígena e político, não existiam esses termos, tudo era direito humano”.
Eliane Potiguara explicou que para ser sustentável é necessário usar os recursos naturais com responsabilidade. “Se está pingando água na pia, vamos fechar para não gastar água. Esse é o recurso mais importante do planeta. Se há lixo no entorno da casa, procure recolher. E assim vamos promovendo a sustentabilidade ao nosso redor”.
Durante o encontro, a escritora fez uma relação da sustentabilidade das categorias, como o racismo e as questões da comunidade LGBTQIA+. “Nós, como pessoas conscientes dessa realidade, buscamos melhorias dessa sustentabilidade, principalmente nas escolas, com as crianças. Isso era uma utopia no passado, mas hoje já estamos trabalhando para acabar com ela”, alertou.
A falta de direitos dos indígenas também foi tema da discussão que, segundo ela, assola a comunidade desde a colonização do país. “Ainda temos casos isolados de médicos, políticos e advogados sendo formados no nosso povo. Mas falo da maioria que não consegue atingir um status quo de autodeterminação”, contou a autora que se diz privilegiada por ser uma escritora com origem indígena e vivências de pobreza, assassinato e preconceito.
Eliane Potiguara é escritora, poeta e professora. É da etnia Potiguara, brasileira, fundadora da 1ª organização de mulheres indígenas GRUMIN (Grupo Mulher-Educação Indígena), Formada em Letras (Português-Literatura) e Educação, é especializada em Educação Ambiental pela UFOP e embaixadora da Paz pelo Círculo de Embaixadores da França e Suíça. Em 2014, recebeu do governo brasileiro o Título de “Cavaleiro da Ordem ao Mérito Cultural e foi indicada, em 2005, ao Projeto Internacional "Mil Mulheres ao Prêmio Nobel da Paz".
A atividade completa com a poeta e escritora Eliane Potiguara está disponível no canal do Youtube da Fundação.
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