Durante o primeiro dia da FIL, Djamila Ribeiro reforça luta por igualdade por meio da educação
- pauta15
- 19 de ago.
- 5 min de leitura
Conferência com a professora, escritora e filósofa lotou a sala principal do Theatro Pedro II no encerramento do primeiro dia da 24ª FIL. Na ocasião, a autora homenageada desta edição também recebeu o título de cidadã ribeirão-pretana. Durante a tarde, a conferência internacional com Camila Sosa Villada e Amara Moira, promoveu um debate reflexivo sobre experiências socias, processos criativos e linguagem

Numa atividade que reuniu homenagens e abordagem de temas que atravessam a história brasileira em diferentes perspectivas convergentes, a Conferência com a professora e filósofa Djamila Ribeiro lotou a sala principal do Theatro Pedro II no encerramento do primeiro dia da 24ª FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto). A programação teve ainda a Conferência Internacional com a autora argentina Camila Sosa Villada e Amara Moira, também escritora e doutora em Teoria Crítica.

Referência nacional e internacional na esfera do ativismo social e da intelectualidade negra brasileira, Djamila Ribeiro - que é a autora educação homenageada pela 24ª FIL -, abordou questões diversas que foram desde a amplitude do conceito lugar de fala até a interseccionalidade dos desafios estruturais da sociedade. “É importante reconhecer o lugar de onde falamos, a partir de onde partimos socialmente. Não há como falar de classe sem falar de gênero, não há como falar de habitação e não falar de classe ou falar de economia e não falar de sexo. São dimensões interligadas e não dá para compreender uma sem a outra”, pontuou a filósofa.
Outro destaque de sua abordagem foi sobre a compreensão do lugar de fala como silenciamento. “O lugar de fala não é calar os outros, mas entender que todos falam a partir de um ponto social. Muitas pessoas dizem que estão sendo silenciadas quando continuam usufruindo de privilégios. Escuta ativa também é lugar de fala e temos que estar dispostos a ouvir coisas que nos incomodam e a não tratar como inimigo quem discorda de nós. Silenciamento é diferente. É não ter oportunidades, é não ser publicado, é não poder ocupar espaços”, destacou.
A escritora também trouxe à sua fala os impactos das teorias raciais que ainda permeiam a sociedade. “As ideias absurdas do racismo científico do século 19 continuam influenciando a memória social. A sociedade ainda lida com a dificuldade de imaginar a mulher negra em determinados lugares de poder, as vendo somente em papéis estereotipados. Por isso, conhecer de onde vêm essas ideias é fundamental para desconstruí-las”, alinhavou Djamila.
A escritora ressaltou a importância da educação como direito estruturante, inclusive desconstruindo a ideia do identitarismo. “Se hoje estou aqui, é porque tive a oportunidade de estudar. Não venho de uma família acadêmica e precisei aprender tudo dentro do movimento feminista e com políticas públicas de acesso. Educação é um direito coletivo que pode transformar a sociedade”. Sobre identidade, Djamila Ribeiro lembrou que, até 2016, 90% dos livros publicados no Brasil eram escritos por pessoas brancas, a maioria homens. “Como dizer que falar de raça e gênero é identitarismo, se o que está em jogo é a economia, a habitação, o acesso a políticas públicas? Essas questões não são acessórios. Elas são o núcleo da desigualdade no Brasil”, alertou. A conferência terminou com uma homenagem artística apresentada por artistas do Coletivo Abayomi.
Entre homenagens e memórias

Na abertura da noite, Djamila Ribeiro recebeu o título de cidadã ribeirão-pretana, entregue pela vereadora Duda Hidalgo, proponente do projeto que representou a Câmara Municipal. A parlamentar ressaltou a importância do reconhecimento conferido à escritora. “Temos a honra de te chamar para ser cidadã da nossa cidade, Djamila. Todos os dias você transforma realidades. Escolheu não deixar o conhecimento restrito à academia e, por isso, é também uma educadora popular. Combater o apagamento da história dos negros e, sobretudo, das mulheres negras, é fundamental, e hoje deixamos marcada na história de Ribeirão Preto a sua contribuição”, disse a vereadora.
Emocionada, a escritora contou sobre sua proximidade com a cidade - onde vive a família de seu companheiro - suas participações na FIL desde 2019, e falou sobre a responsabilidade de se tornar representante de uma cidade onde há muitas pessoas e movimentos de batalha por justiça social. “Estar aqui, na 24ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto, um dos maiores encontros literários do nosso país, sendo homenageada na categoria Educação, é algo que me comove e me honra imensamente. Ribeirão Preto foi se colocando em minha vida de forma definitiva e receber esse título me traz lembranças muito fortes da minha própria trajetória”.
A filósofa dedicou o título aos pais, reverenciando a história de quem atribui o sucesso do caminho que percorreu. “Sou filha de uma trabalhadora doméstica e de um estivador, pais que não puderam concluir seus estudos, mas sabiam o que a educação poderia significar na vida de seus filhos negros. Assim como sabiam da importância de levar cultura para dentro da nossa casa. Eles empenharam o esforço de uma vida inteira para que eu tivesse oportunidade”. Segundo a escritora, assumir essa cidadania é uma honra e um desafio. Precisamos de coragem para enfrentar as estruturas dominantes e precisamos de amor para construir uma sociedade mais justa. Para isso, o conhecimento, a cultura, a solidariedade e a luta coletiva são os instrumentos mais fortes que temos”, sublinhou.
Conferência Internacional

A escritora argentina Camila Sosa Villada, autora de “Sou uma Tola por te Querer”, e Amara Moira, doutora em teoria crítica e autora de “Se eu fosse puta” e “Neca: romance em bajubá”, também participaram da primeira Conferência Internacional da programação. O encontro teve como eixo a literatura e trouxe reflexões sobre experiências sociais, processos criativos e linguagem.
Camila Sosa Villada destacou a influência da cultura brasileira em sua trajetória. “As novelas brasileiras me marcaram muito na infância. A oralidade da televisão e da música popular foram uma escola para mim”, afirmou. Para a autora, foram esses elementos que a ajudaram a construir sua escrita: “Aprendi a contar histórias ouvindo antes de escrever. A palavra falada é uma herança que atravessa os livros que público hoje”.
Amara Moira enfatizou a potência de ampliar o repertório sobre narrativas trans. “Não somos só histórias de dor, de marginalidade ou de violência. Também temos amores, cotidianos, desejos, afetos. Isso precisa estar nos livros”, disse. Amara ressaltou ainda a importância de romper com imagens cristalizadas sobre travestis. “A literatura abre espaço para mostrar que nossas vidas não cabem nos estereótipos que nos foram impostos”.
A programação completa da FIL 2025 está disponível no site da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto: www.fundacaodolivroeleiturarp.com. A realização da FIL conta com a parceria da Prefeitura Municipal por meio das Secretarias de Governo, Casa Civil, Educação, Cultura e Turismo, Infraestrutura, Meio Ambiente, Esportes, Fiscalização Geral e Saerp; do Ministério da Cultura e Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria Estadual da Cultura, Economia e Indústrias Criativas, Sesc e Senac.












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