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Programação de maio da 40tena Cultural aborda o universo das HQs

Abriram a programação os ilustradores Fido Nesti e Rodrigo Rosa, com mediação de de Ariovaldo Alves, bibliotecário do SESC Ribeirão Preto



A Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto promoveu no dia 4 de maio, um bate-papo sobre "Literatura e HQs", com os ilustradores Fido Nesti e Rodrigo Rosa, mediado por Ariovaldo Alves, bibliotecário do SESC Ribeirão Preto.


Filho de publicitário, Fido Nesti contou que sempre ganhou materiais para desenhar durante a infância e tornou-se fã, desde pequeno, de histórias em quadrinhos como "As Aventuras de Tintim" e "Asterix e Obelix". "Eu ganhava revistas estrangeiras, com referências europeias, que na época eram difíceis de se encontrar nas bancas. Desde muito cedo, eu já desenhava e fazia minhas próprias histórias em quadrinhos", revelou o ilustrador que trabalha com ilustração e quadrinhos há mais de 30 anos. Seus desenhos podem ser vistos no jornal Folha de S. Paulo e na revista New Yorker, assim como em capas e livros de várias editoras, incluindo a Companhia das Letras. Ilustrou "Os Lusíadas em Quadrinhos" (Peirópolis, 2006), "A Máquina de Goldberg" (Quadrinhos na Cia., 2012) e "1984" (Quadrinhos na Cia., 2020).


Fido explicou que pessoas não consideram as revistas de HQ como uma categoria de literatura. Mas para ele, essas histórias têm características únicas e elementos tanto da literatura como de outras expressões culturais, como por exemplo, o cinema e artes plásticas. "Fico na dúvida em afirmar fielmente se é literatura, já que há muitos quadrinhos com mais textos do que figuras, que podem ser chamados de livros ilustrados. Mas, cada linguagem tem suas características próprias".


Outra polêmica sobre os quadrinhos comentada pelo ilustrador é a ideia de que as histórias de HQ são ingênuas, destinadas apenas ao público infantil. Ele considera que este tipo de pensamento no Brasil não deveria acontecer mais, já que o gênero está consolidado para todos os públicos. "São nichos que foram se consolidando, com histórias autorais, adultas e, agora, existem para todos os gostos. Quem ainda tem esse preconceito é que ainda está bem desinformado". O ilustrador apontou como referência os quadrinhos da França, que se tornaram tradicionais na Europa e têm respeito do público.

Rodrigo Rosa - cartunista, ilustrador, quadrinista e jornalista - também participou do bate-papo. Ele, que começou cedo na profissão, aos 14 anos, com tiras no jornal "Oi! Menino Deus I", é ex-integrante da Editoria de Arte do jornal Zero Hora e também ilustrador de livros infantis, cartunista e chargista colaborador de jornais e revistas nacionais. Possui mais de 20 prêmios em salões de humor no Brasil e no exterior.

O cartunista também teve contato com o mundo da ilustração ainda menino e acredita que o desenho é a primeira forma de comunicação da criança com o mundo, antes mesmo dos aprendizados da escrita e da fala. A sua experiência vem de um processo, que ele considera muito natural, com a demonstração inicial de seu dom para desenhar, mas que com o tempo, foi aprimorado por meio de estudos e da relação com pessoas que contribuíram para sua carreira.

"Na minha família tive muita influência do meu pai que foi por muito tempo artista publicitário e trabalhou em diversas agências. Eu o via trabalhando em casa e foi ele quem me deu as primeiras lições e técnicas de desenho", contou. Foi seu pai também que o propiciou a conhecer muitas pessoas do meio, como publicitários, cartunistas e artistas de referência. Rodrigo explicou que começou a ler muito em função dos quadrinhos. "O interesse pela leitura veio pelo fascínio da imagem junto com o texto". Ele se lembra de grandes autores e clássicos que conheceu através de histórias de quadrinhos, tal como Jorge Luís Borges, já que o quadrinista Hugo Prate fazia histórias inspiradas no autor.

Quem quiser conferir, na íntegra, este bate-papo, ele está disponível no início do texto 👆🏻 e também em nosso canal do Youtube.

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