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“Tem prevalecido muito mais ‘a ordem educa’ do que ‘o amor educa’”, disse César Nunes na 40tena

Durante palestra do projeto 40tena Cultural, da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, professor e filósofo apresentou pontos para aplicar metodologia de ensino que valoriza o amor, ao invés da punição



O professor e filósofo César Nunes participou nesta terça-feira (6/07) do projeto 40tena Cultural, promovido pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com a Diretoria de Ensino – Região de Ribeirão Preto. Durante o bate-papo que trouxe a temática “Amor que educa”, César Nunes abordou a educação rigorosa, austera e disciplinar, tão presente no imaginário como sendo o melhor caminho, transformando alunos muito mais em objetos de ação de educadores e gestores do que sujeitos de seus próprios processos de aprendizagem. “Tem prevalecido, na nossa tradição cultural, muito mais a ideia de que a ‘ordem educa’, do que o ‘amor educa’”, comentou.


Para o pensador, a pandemia do novo Coronavírus colocou em xeque muitas ideias e instituições já sedimentadas. “Eu tenho lutado para dizer que as relações humanas, quando a pandemia passar, vão exigir transformações no meio da educação, do currículo, da escola, do trabalho e da vida familiar também”, explicou o professor. E para encarar os desafios que vão surgir e as marcas que ficarão, segundo apontou Nunes, é importante algumas propostas. A primeira é superar a ideia de que a melhor educação será a punitiva. “A ideia de educação punitiva – vigiar, punir e controlar – é marca estrutural da educação brasileira. Ela veio com o modelo jesuíta e se constituiu com o modelo positivista da República”, constatou.


O filósofo alertou que, para que seja possível instaurar a educação através do amor, é importante realizar uma leitura histórica, sociológica e psicológica das crianças e adolescentes que estão presentes nas salas de aula. “Prevalece na escola pública, em sua maioria, crianças das camadas mais populares da sociedade. Na escola privada, por outro lado, uma criança da classe média e alta, com outra organização da vida material, social, econômica e cultural. São duas realidades distintas que não podem ser opostas e, sim, integradas pela educação”, afirmou o professor.


O encontro “Amor que educa”, com o filósofo César Nunes, pode ser conferido na íntegra no link acima ou no canal do Youtube da Fundação.

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