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A PALAVRA É: GOOGLAR

“Existem apenas duas indústrias que chamam seus clientes de usuários, a das drogas e a dos softwares”

A 17ª palavra escolhida pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto foi “Googlar”. No palco do Theatro Pedro II, o jornalista Guilherme Nali, mediado pela também, jornalista Patricia Penteado, debateram sobre o termo, tão presente na vida das pessoas hoje


“Nunca parei para pensar quantas vezes eu vou em um site de busca, como o Google, para ter algum tipo de informação. E parece que isso é automático na nossa vida”, relembrou Guilherme Nali, jornalista e apresentador do jornal da EPTV Ribeirão, um dos convidados do último dia do evento “20h de Literatura”, na sexta-feira, dia 18 de setembro. O encontro foi mediado pela jornalista e apresentadora do Programa Alto Astral, do Grupo Thathi de Comunicação, Patricia Penteado.

O jornalista começou o encontro relembrando das enciclopédias, que eram a ferramenta de informação da época. “Usávamos na época do colégio para pesquisar biologia, história, literatura. Incrivelmente, hoje, esse processo, em função da tecnologia, está muito mais fácil. Você tem muito mais acesso à informação do que a enciclopédia poderia dar”, relembrou Nali.

Fazendo referência ao cantor Raul Seixas, “será mesmo que temos de ter uma opinião formada sobre tudo?”, questionou Patricia Penteado. Para o jornalista, isso só se torna possível por conta do Google. Por conta disso, as pessoas sempre têm respostas na ponta da língua. “De repente vemos um tema que está bombando nas redes sociais. Um exemplo disso é o tanto de informações que estão circulando no meio de uma pandemia, sobre medidas de prevenção, vacina e medicamentos”, explicou.


Outro ponto importante que Guilherme Nali lembrou foi como a internet conseguiu dar voz a quem, talvez, nunca tivesse essa oportunidade, quebrando assim o monopólio das grandes empresas de comunicação e o formato tradicional do jornalismo. “Foi uma grande vitória. Porém, não é necessariamente algo positivo, no sentido da forma como as pessoas estão se manifestando e que tipo de conteúdo elas estão colocando no ar. Por isso, acredito que ainda falta muito aprofundamento”, alertou.


Para ele, ainda existe um grande abismo entre o online e o offline, destacando uma pesquisa que o Facebook fez, junto à ONU, em 2019, que constatou que 3.9 bilhões de pessoas não tinham acesso à internet rápida. “Se tinham acesso, era uma internet bastante precária, sem satisfazer as necessidades. Isso em países subdesenvolvidos ou países em desenvolvimento. Portanto, é claro esse abismo social econômico, de acesso, bastante proeminente”.


Sobre a democratização da informação e a voz de todos na internet, Patricia Penteado, fez um alerta: “Entra neste contexto se a ferramenta de busca é vilã ou mocinha, porque fazemos isso tão automaticamente que não paramos para pensar como nós buscamos a nossa informação”. Nali complementou destacando que a ferramenta de busca mais utilizada, cerca de 94% de todo o tráfego da internet, passa pelo Google, e nada mais é do que um mecanismo que a própria sociedade e produtores de conteúdo (sites, empresas, corporações governos e estados) abastecem. “É possível dominar a ferramenta, para que cada vez mais sejamos livres para construir nossas opiniões e não estarmos alienados à uma informação pronta”. Funciona assim: quem tem mais informação, tem mais poder.


A ação “20 Horas de Literatura” seguiu com agenda diária até o dia 18 de setembro, com quatro encontros noturnos, das 18h às 22h. O evento foi realizado pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o Sesc SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Foram oferecidas palestras 100% online que reuniram 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras que marcaram o cenário brasileiro e o mundo nas últimas duas décadas. As transmissões foram ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação

(www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. Toda a agenda contou com profissionais especializados em tradução e interpretação em Libras.

O evento foi uma ação comemorativa aos 20 anos da FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto). A programação permanece nos canais da Fundação para acesso livre e gratuito.

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