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  • A PALAVRA É: HUMANIZAÇÃO

    “Projetar valores humanos salvam o coletivo” Para César Nunes, um dos mais destacados palestrantes e conferencistas em educação no Brasil, o que desenvolve a humanização é a educação. Dentro dela, estão a ética e ao mesmo tempo a ação política no mundo O filósofo, historiador e pedagogo, César Nunes, doutor em educação pela Unicamp, esteve na quinta-feira (17) no palco do Theatro Pedro II, ao lado da jornalista e escritora Daniela Penha, para falar sobre humanização – tema foco de seus estudos ao longo de toda sua trajetória. A 15ª palavra do evento “20 Horas de Literatura”, é para o professor, uma tentativa de definir o ser humano. O debate deste penúltimo dia começou com uma reflexão do filósofo São Tomás de Aquino: “quereis alguém superior a um anjo, procurai um homem. Quereis alguém pior que um demônio, procurar um homem”. César Nunes ainda definiu o homem com a frase: “um ser histórico com valores pessoais subjetivos, com os quais ele lida com a família, com os pais, com o mundo. Mas, que vive sobre uma condição humana, que é uma condição construída”. O filósofo, que também é coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas PAIDEIA, explicou que a humanização é a construção continua da condição humana. “Porém, as ações procuram fazer a condição humana melhor”, disse exemplificando que esse processo é nítido no desenvolvimento infantil. “Deixe uma criança sozinha e ela não se desenvolve humanamente”. Segundo ele, a constituição do ser humano deve ser feita na narrativa de laços. “Uma criança deve ser elogiada, amada, orientada. A educação familiar deve ser pautada por essa palavração da afetividade”, orientou. Durante o bate-papo, a mediadora Daniela Penha lembrou que, em tempos atuais – de pandemia, redes sociais, imediatismo - a internet acabou aproximando as pessoas. E ao mesmo tempo, a consulta aos conhecimentos humanos perdeu um certo valor. “Este cenário atual, nos afasta, nos aproxima ou nos desumaniza?”, questionou a jornalista. César Nunes explicou que as relações humanas que se desenvolveram do século passado para cá, foram pautadas por um determinismo, ou seja, pelas relações do capital e da modernidade. “Essa perda feita por um desenvolvimento acelerado da industrialização e urbanização que deve ficar na pandemia. A pandemia, para mim, é filha da mercadoria, do capitalismo industrializado. Se nós não mudarmos a forma de viver, a médio e longo prazo, teremos um ‘big’ vírus que um dia poderá, inclusive, ameaçar a humanidade. O planeta não precisa de nós. Mas, se a gente conseguir compreender a biodiversidade e o ecossistema, poderemos mudar”. Nunes mostrou que a pandemia marca o começo do século XXI e disse que a solução após esse acontecimento é o ser humano encontrar um novo modelo de sociedade e cultura que diminua as desigualdades. “O ser humano para encontrar-se na totalidade, precisará fazer a crítica do modelo de cultura que tem feito até agora. E, se conseguirmos sair desta pandemia, com esta crítica, teremos ganhado nossa vida e nossa civilização”, alertou. Sairemos melhores? “Se quisermos ser revolucionários, teremos que ser no conteúdo e na forma. Fomos surpreendidos por um vírus. E não vemos hoje um movimento, no Brasil, para cuidar da nossa biodiversidade. Só poderemos mudar esse cenário se começarmos a fazer um debate, com crianças e jovens, sobre a causa da Covid e não dos sintomas”. Para ele, ainda existem discursos negacionistas, com orientações irresponsáveis que fazem com que soframos muito mais do que se tivéssemos tido uma orientação adequada. “Quem acredita, sempre alcança. Essa hora é a hora de acreditar na condição humana e nos valores humanos. Teremos que ressignificar”, destacou. O professor lembrou ainda que, neste cenário atual, a arte e a educação mantiveram seu papel, levando discussões e debates, mesmo que de forma online. “A esses profissionais, nós devemos nossa saúde psíquica”. As palestras de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas foram transmitidas ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube e ainda podem ser assistidas. Toda a agenda contou com profissionais especializados em tradução e interpretação em Libras. O evento, que aconteceu de 14 a 18 de setembro foi uma ação comemorativa aos 20 anos da FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto). Os participantes que se inscreveram com antecedência vão receber certificados online.

  • A PALAVRA É: RESILIÊNCIA

    ‘Resiliência é pensar no quanto podemos nos ajudar e ajudar ao próximo em uma cadeia de cocriação’ Marlene Trivellato Ferreira, psicóloga, professora titular do Centro Universitário Barão de Mauá e pesquisadora do Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais (IPCCIC), fala como a resiliência tem sido vista a partir de uma ótica muito dualista, em que o indivíduo ou nasce com essa característica ou morre sem ela. Mas, para ela, a capacidade de adaptação atravessa uma noção forte de coletividade Trivellato Ferreira, psicóloga, professora titular do Centro Nessa quinta-feira (17/9), a psicóloga e professora Marlene Trivellato Ferreira participou do evento “20 Horas de Literatura” para analisar a palavra “Resiliência”. Marlene critica o uso que se faz hoje do termo, estando muito associado a uma ideia estática e determinante sobre um determinado indivíduo, ao invés de algo que se constrói em cada pessoa e a partir de uma rede de apoio. A palestra 100% digital faz parte de um circuito de debate promovido pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o Sesc SP e a Prefeitura Municipal da cidade. O evento na íntegra será promovido até essa sexta-feira (18/9). Tanto Marlene como a cantora e jornalista Fernanda Marx tiveram suas imagens transmitidas diretamente do palco do Theatro Pedro II (local onde a Feira Internacional do Livro é realizada anualmente), mas desta vez com plateia online em função da pandemia de Coronavírus. Fernanda foi responsável por mediar a discussão, que foi transmitida pelas várias plataformas digitais da Fundação. “O indivíduo não é resiliente por si só”, introduz Marlene, quando perguntada sobre o significado dessa palavra. A professora titular do Centro Universitário Barão de Mauá tem uma longa experiência como coordenadora de escolas de educação Infantil e fundamental, e docência na área da Psicologia do Desenvolvimento e Tratamento e Prevenção Psicológica. Com base em seus estudos e vivências, afirma que, na verdade, a resiliência não funciona em uma ótica dual: “No senso comum, o termo é muito mal utilizado, porque ele entende a resiliência como um atributo fixo do indivíduo, ou seja: ou você é ou você não é resiliente. Está aí o grande problema, porque, na verdade, ela depende de vários fatores externos”. Para a psicóloga, o indivíduo tem, sim, um papel importante dentro do seu processo de adaptação às diversas realidades, tanto a partir de seu empenho como de sua motivação. Mas o resultado desse desenvolvimento está relacionado também com o cenário ‘macro’: com a cultura, com as relações interpessoais em que esse indivíduo está inserido. “Todo o conjunto nos afeta”, afirma. Esse conjunto não diz respeito apenas a relações mais imediatas entre indivíduos. A professora diz que é possível aplicar a resiliência a toda uma cidade. “Isso é algo que eu trabalho bastante com o Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais aqui de Ribeirão Preto. Essa ideia de que, quando nós todos estamos compromissados com o outro, podemos ajudar a proporcionar as condições para a subsistência dele. Podemos olhar para o indivíduo e identificar suas potencialidades”, conta. A resiliência, para Marlene, tem uma relação muito forte com a capacidade não só do indivíduo, mas também de sua própria cidade de acolhê-lo e mostrar a ele como pode se adaptar a novos meios. Na própria pandemia, momento com dificuldade de adaptação para todos, Marlene percebe muito espaço para exercer resiliência. “Nessa condição em que a gente vive hoje, estressante, que gera angústia e pânico… a família pode ter um papel fundamental de ajudar, de tranquilizar. Não passamos por isso sozinhos, precisamos do outro”, lembra. Para ela, a iniciativa de olhar para as possibilidades e enxergar saídas é essencial em momentos como esse. “Precisamos ver as potencialidades no outro para sermos éticos, justos. É uma maturidade que precisamos assumir. Precisamos entender que fazemos parte daquilo”. A ação “20 Horas de Literatura” é promovida até sexta-feira (18/9) pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o Sesc SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. As palestras 100% online de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas têm transmissão ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. Toda a agenda conta com profissionais especializados em tradução e interpretação em Libras. O evento é uma ação comemorativa aos 20 anos da FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto). Os interessados em participar da programação podem ainda se inscrever pela plataforma e ao final do evento vão receber certificado online de participação.

  • A A PALAVRA É: EMPODERAMENTO

    ‘É necessário que a gente reconte a história deste país a partir do empoderamento’ Para Amara Moira, escritora, travesti e professora de literatura, o debate do empoderamento é escorregadio se pensado em uma perspectiva individual e não coletiva A escritora Amara Moira participou nessa quinta-feira (17) de uma discussão sobre o significado da palavra “Empoderamento”, tão latente nas reflexões das últimas décadas. Para ela, a palavra está muito relacionada com as liberdades individuais e com a possibilidade de tornar possível que minorias se sintam confortáveis ao ocupar espaços públicos – e de maneira coletiva. Palestras como essa, 100% digitais e de uma hora de duração – com intervenções de vídeos artísticos ALMA (Academia Livre de Música e Artes), formaram o evento “20 Horas de Literatura”, promovido entre 14 a 18 de setembro. Mediada por Renato Alves, animador cultural e programador do Sesc Ribeirão Preto, a discussão foi apresentada pelas várias plataformas digitais da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto. Com a parceria do Sesc SP e da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, a Fundação é a principal organizadora desse evento promovido em comemoração aos 20 anos da Feira Internacional do Livro da cidade (FIL). Toda a agenda contou com profissionais em tradução e interpretação em libras. Amara é autora de dois livros: “E se eu fosse puta”, de 2016, e “Vidas trans: a coragem de existir”, de 2017. Ela contou que, em 2014, completou um processo de transição e se assumiu como travesti, sendo a primeira mulher trans a obter o título de doutora com o seu nome social pela Unicamp. Ela introduziu a palestra relatando que, quando terminou a faculdade de Letras e ainda não havia feito sua transição, teve uma facilidade maior de se inserir no mercado de trabalho do que hoje, quando já é mais velha, madura e já conta com graus maiores de formação. Partindo de sua experiência, Amara afirmou que o empoderamento tem uma relação forte com essa possibilidade de se aceitar e lutar por uma aceitação em espaços públicos (como o mercado de trabalho). Mas ela também ressaltou que, muitas vezes, o debate sobre o tema tem sido escorregadio. “O empoderamento não pode ser individual e sim de toda a sociedade. Não pode ser só eu olhando no espelho e dizendo para mim que sou bonita. Precisa ser uma luta para que todas as travestis possam entrar em espaços públicos e se sentirem confortáveis, sem necessitar agradecer por terem sido aceitas ali”, declara. Para ela, empoderamento são todas essas estruturas sociais que criam conforto para alguns indivíduos: “é a possibilidade de se inserir no mercado de trabalho, a possibilidade de uma pessoa não ser parada por um policial no meio da rua, a possibilidade de andar no espaço público sem ser assediada”. Os livros, para ela, são um espaço forte para essa transformação. Amara defende que é preciso conhecer mais do mundo pelos olhos das minorias – ouvindo, vendo e presenciando experiências que fazem parte de sua rotina. “Eu gosto muito desse papel da literatura de fazer o leitor conhecer o mundo pelas nossas palavras, pela nossa língua, pelo nosso sentido”. Apesar de todas as dificuldades, Amara entende que essa visibilidade tem ganhado mais importância com os anos. “O mundo tem querido conhecer mais do mundo pelos olhos dessa travesti, desse homossexual, dessa mulher. Essa dor não é mais só nossa, e até pouco tempo era”. Durante a palestra, Amara falou ainda sobre o papel que grandes autores nacionais, como Jorge Amado ou Mário de Andrade, tiveram dentro dessa questão: tanto por ignorá-la quando por criar personagens que fugissem da chamada ‘heteronormatividade’. A escritora também contou sobre como essa representatividade teve um papel importante inclusive para ela, para que pudesse concluir sua transição. “Uma das minhas dificuldades era justamente imaginar se eu conseguiria continuar a ocupar o espaço da universidade. A representatividade é muito importante por isso: para acostumar os olhos das pessoas, para que as minorias estejam nessa posição de admiração, de alguém a ser espelhado. Mas também é preciso, nesse processo de empoderamento, que a gente pense em formas de minar essas estruturas opressoras pela base”. A ação “20 Horas de Literatura” seguiu com agenda diária até o dia 18 de setembro (sexta-feira), com quatro encontros noturnos, das 18h às 22h. O evento foi realizado pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o Sesc SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Foram oferecidas palestras 100% online que reuniram 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras que marcaram o cenário brasileiro e o mundo nas últimas duas décadas. As transmissões foram ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. Toda a agenda contou com profissionais especializados em tradução e interpretação em Libras. O evento foi uma ação comemorativa aos 20 anos da FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto). A programação permanece nos canais da Fundação para acesso livre e gratuito.

  • A PALAVRA É: CIDADANIA

    ‘A indignação é o motor da cidadania’ Historiadora e professora Sandra Molina diz que a indignação frente aos problemas sociais é o que nos leva ao exercício pleno da cidadania Quando você toma conhecimento que um quarto da população brasileira vive abaixo da linha da pobreza e milhões de crianças passam fome no país, como reage? Acha que isso não é problema seu e que para resolver esta situação existem os governantes ou fica indignado, reconhece que este é um tema de Estado, mas que você também pode fazer a sua parte? Se você opta pelo segundo caminho, está na direção do exercício da Cidadania, palavra que foi o tema da conversa entre a historiadora e professora da Unaerp, Sandra Molina, e a jornalista Érica Amêndola, na noite de quarta-feira (16/9), dentro do evento 20 Horas de Literatura. “A maior dificuldade do exercício da cidadania na sociedade brasileira reside em pensarmos que alguém vai resolver todos os problemas por nós. Nos acostumamos a banalizar as questões sociais e a agir individualmente, esperando que algum salvador da pátria vá aparecer. Não temos uma consciência horizontal, mas, mais do que nunca, será preciso pensar no coletivo, no período que virá no pós-pandemia”, defendeu Sandra. Para a professora, a cidadania encontra na micropolítica e no engajamento em ações da sociedade civil organizada um campo fértil. “Mesmo em períodos mais difíceis da humanidade, como na escravidão, havia a capacidade de articulação, de exercício da cidadania entre aqueles que lutavam por seus direitos. Por quê, então, não conseguimos refletir sobre a atualidade, não conseguimos nos indignar com tanta coisa errada?”, questionou. “Exercitar a política no dia a dia, em nossas relações familiares e sociais, é a nossa articulação, é a nossa capacidade de encontrar saídas. É o nosso exercício de cidadania”, completou. A ação “20 Horas de Literatura” é promovida até sexta-feira (18/9) pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o Sesc-SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. As palestras 100% on-line de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas tiveram transmissão ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. Toda a agenda conta com profissionais especializados em tradução e interpretação em Libras. O evento foi uma ação comemorativa aos 20 anos da FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto). Os interessados em assistir a programação podem ainda acessar os canais da instituição. O acesso é livre e gratuito.

  • A PALAVRA É: DEMOCRACIA

    ‘Democracia não é apenas um regime político’ Para o professor, filósofo e ex-ministro Renato Janine Ribeiro, a democracia é um valor ético essencial para eliminar fatores que possam impedir as pessoas de se realizarem Na terceira noite do evento “20 Horas de Literatura”, coube ao professor da USP, filósofo e ex-ministro da Educação (2015), Renato Janine Ribeiro, conceituar a palavra Democracia, em um diálogo online com a secretária da Cultura de Ribeirão Preto, Isabella Pessotti. Em sua fala, Janine lembrou do início da democracia em Atenas, quando ela era exercida de forma direta. Sem representantes, o povo ateniense se reunia em praça pública para, em assembleias, decidir questões pertinentes a todos. “Eram pelo menos 40 destes encontros por ano. Hoje, no Brasil, votamos a cada dois anos e muita gente ainda reclama”, comparou. Depois do período inicial do sistema democrático, ainda antes de Cristo, pode-se dizer que a fase moderna da democracia tenha surgido timidamente nos séculos 17 e 18, especialmente na Inglaterra, na França e nos Estados Unidos. “Demorou para emplacar. Quando da Primeira Grande Guerra, em 1914, com exceção dos franceses, dos britânicos e dos norte-americanos, todas as outras potências não eram democráticas. Tempos depois, com o fim da Segunda Guerra e a vitória do bem sobre o mal, o termo ganha valor e passa a ser visto de forma positiva, até por quem de democrata não tinha nada”, analisa Janine, ao lembrar que, no Brasil, Getúlio Vargas, apesar de comandar um regime autoritário, se referia ao seu governo como uma “democracia relativa” e países de regime comunista se auto intitulavam uma “democracia popular”. Para o professor, hoje, ainda com uma curta história de 35 anos no Brasil, desde a sua retomada, a democracia sofre ameaças, assim como acontece nos Estados Unidos da era Donald Trump, e em países como a Polônia e a Hungria. “São países comandados por governos contrários aos valores sociais, às liberdades e ao respeito, que fazem uso intenso da demagogia com a promessa de melhorar a vida dos mais pobres, como no Brasil que formam a maior parte da população”, analisou. Muito mais que um regime político, em que o eleitor, por meio do voto, pode escolher entre uma sociedade mais competitiva ou outra mais cooperativa e solidária, a democracia, segundo Janine, é um valor essencialmente ético. “Nós não somos iguais, somos diferentes, mas todos são iguais perante a lei, perante seus direitos. Temos a liberdade de escolher a nossa religião, de seguir a nossa orientação sexual. Tendo igualdade de direitos, podemos exercer as nossas diferenças. Neste sentido, a democracia é essencial para eliminar fatores que impeçam a realização das pessoas. Quando, em um período denominado democrático, as pessoas não estão se realizando, então quer dizer que a democracia está falhando e está ameaçada”, completou. A ação “20 Horas de Literatura” terminou na sexta-feira (18/9). O evento teve realização da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o Sesc SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. As palestras 100% online de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas tiveram transmissão ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. Toda a agenda conta com profissionais especializados em tradução e interpretação em Libras. O evento comemorou os 20 anos da FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto). Os interessados ainda em assistir aos conteúdos podem acessar pelos canais da Fundação. O acesso é livre e gratuito.

  • A PALAVRA É: INTOLERÂNCIA

    ‘A intolerância é a evidência do desconforto. Na tolerância, eu suporto, não transformo’ Para Patricia Teixeira Santos, historiadora e autora de dois livros, as noções de ‘tolerância’ e ‘intolerância’ vêm sempre acompanhadas de uma visão dualista de mundo, que separa pessoas e culturas entre o que é “bom” e “ruim” Em videoconferência realizada no dia 16/9, quarta-feira, a autora Patricia Teixeira Santos participou de uma discussão sobre o significado da palavra “Intolerância”, tão presente nos debates das últimas décadas. Apesar de todas as críticas que tem a fazer sobre o tema, a historiadora lembra que é a intolerância quem possibilita o confronto e, enfim, a transformação. “Essa palavra indigesta e complicada também traz o convite ao confrontar-se em busca de outros pactos políticos. A rever os processos eleitorais, a se reposicionar”, afirma. Palestras como essa, 100% digitais, de uma hora de duração e com intervenções de vídeos artísticos ALMA (Academia Livre de Música e Artes), compõem o evento “20 Horas de Literatura”, promovido até a sexta-feira (18/9). Mediada pelo bibliotecário Ciro Monteiro, cuja imagem estava sendo transmitida direto do Theatro Pedro II, a discussão foi apresentada pelas várias plataformas digitais da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto. Com a parceria do Sesc SP e da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, a Fundação é a principal organizadora desse evento promovido em comemoração aos 20 anos da Feira Internacional do Livro da cidade (FIL). Em primeiro lugar, foram as nuances da palavra “Intolerância” que precisaram ser debatidas por Ciro e Patricia. A historiadora, que além de docente de História da África na Universidade Federal de São Paulo, também é pesquisadora colaboradora do Centro de Investigação Transdisciplinar "Cultura, Espaço e Memória" em Portugal, explica que a ideia de tolerância está intimamente ligada a uma visão dualista de mundo. “Uma coisa que percebi na redação dessa palavra é que o movimento passa pela ideia do desconforto, de uma percepção de dualidade (entre bom e ruim). E a crença na dualidade leva à xenofobia. Então, processos de intolerância são binários, homogêneos, simplificadores. E é bom lembrar que, junto com a tolerância, vem sempre a sombra da intolerância”, afirmou. Patricia relembrou que o século XXI já começou sendo marcado pela palavra e, desde então, essa tem percorrido todos os campos da cultura. “Começamos esse novo século com o 11 de setembro, em que uma tragédia humana ocorreu e suas vítimas passaram a gerar novas vítimas”. Ela se refere a todos os países e culturas que foram estigmatizados depois do ocorrido. “Começamos a ver as fronteiras físicas, ideológicas, e de conhecimento se erguerem. Um aumento do racismo em relação a árabes, latinos e africanos”. Para ela, a construção da intolerância passa por questões difíceis de se resolver e de se equilibrar politicamente, em que fica muito evidente a fragilidade das políticas de consenso. “Essas políticas ainda não são consolidadas em modificações sociais, em políticas de promoção de equidade, de valorização da diversidade humana, como algo que promove desenvolvimento, progresso e inovação. Vivemos em um mundo que não aceita essa transformação”. Mas a historiadora imagina que esse seja um ano de convite à mudança. “2020 é um ano de redescoberta de solidariedade, de reflexão. A intolerância é um duro convite para que a gente se transforme, se questione e questione a vida. As instituições não devem ser toleradas e sim vividas”, destacou. A ação “20 Horas de Literatura” foi promovida pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o Sesc SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. As palestras 100% on-line de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas foram transmitidas ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. Toda a agenda pode ser ainda acessada pelos canais da instituição, de forma gratuita e conta com profissionais especializados em tradução e interpretação em Libras. O evento foi uma ação comemorativa aos 20 anos da FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto), que não pôde acontecer neste ano, em função da pandemia do Coronavírus.

  • A PALAVRA É: REFUGIADOS

    ‘Que refúgio passe a significar esperança, empatia, acolhida‘ Para Diego Souza Merigueti, coordenador do Programa de Proteção Legal do Centro de Referência para Refugiados da CASP, a palavra ‘Refugiados’ tem carregado uma conotação muito ruim no cenário mundial, por mais que essas pessoas tenham um papel tão importante na construção das nações Abrindo o evento “20 Horas de Literatura” no dia 16/9, quarta-feira, o advogado Diego Souza Merigueti apresentou as várias faces do termo “Refugiados” por meio de uma videoconferência. Sendo coordenador do Programa de Proteção Legal do Centro de Referência para Refugiados da Caritas Arquidiocesana de São Paulo (CASP), afirmou que o que há de comum entre todas as definições e interpretações da palavra “Refúgio” é justamente a ideia de abrigo, a procura por proteção. Mediado pelo músico e produtor cultural Elieser Pereira (Leser), a discussão foi apresentada pelas várias plataformas digitais da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto. Com a parceria do Sesc SP e da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, a Fundação tem realizado um circuito de palestras 100% digitais em um evento de comemoração aos 20 anos da Feira Internacional do Livro da cidade (FIL). A palavra da vez foi escolhida pela frequência com que se propagou no mundo inteiro nas últimas duas décadas. “Quando recebi o convite para participar desse evento, parei para pensar no quanto essa palavra passou a fazer parte do cotidiano de pessoas que nunca tinham tido um contato real com o tema antes”, conta Merigueti. Ele diz que, em boa parte dos países pelo mundo, a visão que se espalhou sobre refugiados não reflete de fato o que eles são. “Há uma tendência de uma ordem conservadora no mundo inteiro, um discurso xenofóbico com o qual precisamos romper”. Para ele, essa rejeição ao estranho e ao diferente, e essa prática de eleger inimigos em comum, costumam ser frequentes entre aqueles que não entendem de fato a realidade dessas pessoas. “Estamos muito acostumados a associar imigrantes a pessoas em situação precária. E isso pode ser verdade em muitos casos, mas na realidade o Brasil sempre foi um país construído e habitado por imigrantes”. Diego ressaltou que é uma falácia o discurso recorrente de que os imigrantes podem acabar ocupando postos de trabalho de nascidos no país. “O imigrante traz uma carga cultural riquíssima e pode contribuir enormemente para a cultura e economia. Sempre acredito na potencialidade dos refugiados. São muitas vezes pessoas qualificadas que podem inclusive criar empresas no país e oferecer empregos”, argumenta. Além disso, o próprio Brasil é signatário de convenções, acordos e protocolos internacionais de acolhimento dessas pessoas pelo Estado. “Pode parecer que acolher é só um ato de bondade e caridade do governo, mas é mais do que isso: é um compromisso”. Para finalizar, Merigueti também comentou sobre a situação de refugiados no Brasil, lembrando que sua maioria, hoje, vem da Venezuela. E também ressaltou o papel de organizações da sociedade civil, ONGs e programas como o Programa de Proteção Legal do Centro de Referência para Refugiados, da CASP, onde ele mesmo trabalha. “A gente tem que ter um respeito pelos indivíduos, temos que acolhê-los. Não podemos tratar alguém de maneira desigual por questões raciais, de gênero, pelo lugar em que a pessoa nasceu”. As palestras de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas têm transmissão ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. As palestras podem ser acessadas gratuitamente nos canais da instituição. Toda a agenda conta com profissionais especializados em tradução e interpretação em Libras. O evento, que aconteceu de 14 a 18 de setembro foi uma ação comemorativa aos 20 anos da FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto).

  • A PALAVRA É: TERRORISMO

    ‘Um elemento surpresa de transmissão do medo’ Professora do departamento de relações internacionais da Unifesp, Juliana Bigatão, explica o terrorismo como o emprego da violência que tem como objetivo fundamental espalhar o medo, a insegurança e o terror A terceira discussão da última terça-feira (15/9) do evento “20 Horas de Literatura” contou com a participação da professora de relações internacionais da Unifesp, Juliana Bigatão, via videoconferência, e o cientista político, Luiz Rufino, com mediação do palco do Theatro Pedro II. Juntos debateram uma única questão: o terrorismo é capaz de ruir as forças do estado democrático? Para iniciar o debate, Juliana Bigatão explicou o terrorismo como o emprego da violência que tem como objetivo fundamental espalhar o medo, a insegurança e o terror. “Ele é pautado como um elemento surpresa e com a máxima de causar o maior dano possível e com a maior publicidade imaginável”. A docente esclareceu que o fenômeno do terrorismo extrapola qualquer definição de guerra, pois não existe um campo de batalhas. Ele é apenas baseado no elemento surpresa. E quem emprega essa forma de violência? Para ela, geralmente são grupos ou indivíduos que possuem disparidades e assimetrias de poder com seu oponente e que tentam igualar-se em uma relação de forças. “É pela simplicidade operativa de baixo custo que estas ações causam resultados devastadores como nas guerras. Além disso, as pessoas que estão assistindo à cena passam a se sentir inseguras e amedrontadas”, alertou. Juliana Bigatão e o mediador Luiz Rufino fizeram ainda uma análise sobre o fato do terrorismo ter se tornado popular, após o ataque de 11 de setembro, em Nova Iorque, nos EUA – considerado o maior ataque terrorista já registrado da história: 2.993 mortos e mais de 8.900 feridos. “Foi o momento em que os atentados mais se aproximaram de nós e saíram da esfera da discussão intelectual e passaram a ser populares. Hoje se conversa sobre terrorismo em qualquer escola de ensino médio e fundamental”, comenta o cientista político Luiz Rufino. Sobre o atentado dos EUA, Juliana Bigatão comentou que a ação causou um forte interesse na população, de modo geral, por ter atingido uma potência mundial, que aparentava ser invencível, justo no coração financeiro do país. “Da mesma forma que se entende ter sido um ato abominável, jogando para os ares qualquer compreensão, a guerra ao terror foi viabilizada a partir de vários conflitos armados, gerando muito mais morte e destruição do que colocar fim ao terrorismo”. E como combater o terrorismo? Para a professora, o primeiro ponto a se descartar é o conflito direto, uma guerra. Justamente por conta de os terroristas não terem uma face ou organização hierarquizada. “Há outras formas de se pensar, principalmente com o uso da inteligência e mapeamento das redes dos grupos. Temos um sistema financeiro totalmente integrado no mundo. Gastamos muito pensando em como desarmar um homem bomba, ao invés de sabermos porque ele se tornou um”, refletiu a professora ao final. A ação “20 Horas de Literatura” aconteceu de 14 a 18 de setembro e foi realizada pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o Sesc-SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. As palestras 100% online de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas foram transmitidas ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. Todas as transmissões contam com profissionais especializados em tradução e interpretação em Libras. As transmissões também estão disponíveis no site da Fundação e podem ser acessadas no YouTube ou Facebook.

  • A PALAVRA É: EMPATIA

    ‘Ela diz mais sobre ‘mim’ do que do ‘outro’ O último painel do segundo dia do evento (15/9) - a oitava das 20 Horas de Literatura - reuniu no palco Theatro Pedro II, a jornalista Dulce Neves mediando a psicóloga especialista nas questões relacionadas aos direitos humanos e na redução da desigualdade, Mafoane Odara. A conversa da noite foi sobre a palavra empatia e sua necessária nova interpretação nos dias de hoje O conhecimento coletivo sempre entendeu o termo empatia como o exercício de se colocar no lugar do outro: a atitude de imaginar e tentar sentir o que outra pessoa sente em determinada situação. Mas esse conceito, segundo a psicóloga Mafoane Odara, caiu por terra. Ela trouxe uma reflexão importante durante as 20 Horas de Literatura: o significado deste substantivo feminino tem necessidade de mudança, já que passa a ser destinado ao “eu” ou a “mim”. Para a psicóloga, o novo desafio é assumir o lugar em que o outro ocupa e impactar positivamente na vida de outras pessoas e, não mais, só tentar imaginar o que o outro precisa. “Por mais que tenhamos vivências parecidas, nunca vou saber como é ser você”, explicou dirigindo-se à mediadora Dulce Neves. Mafoane disse que trata-se de uma mudança de olhar para quem é o interlocutor e quem é o ator. “Não é sobre o outro, mas sobre mim. É uma mudança muito importante para viver e vivenciar as adversidades que temos”, explicou. A psicóloga ainda citou que a conversa com pessoas que pensam de forma diferente tem sua importância na empatia. Há quatro pontos que dificultam a construção desse processo: o radicalismo do outro; a falta de bons argumentos do outro; a agressividade do outro; e a falta de paciência com o outro. “Mas e eu? Eu sou ótima, o problema é a outra pessoa. Nos podemos esquecer que somos o outro de alguém. E essa discussão dificulta e cria muros, ao invés de pontes”, afirmou instigando a plateia online. A reflexão mostrou que o desenvolvimento da empatia pressupõe a construção de um mesmo lugar, mas não de uma mesma posição. Ou seja, não há necessidade de dois lados opostos concordarem entre si, mas sim caminharem para o mesmo lugar. Como exemplificação deste raciocínio, Mafoane Odara citou a polarização entre “esquerda” e “direita”, “homem e mulher”, “branco e negro” e outras. “Cada um vê coisas que o outro não consegue ver. A visão dos pontos cegos é muito importante”, explicou. Entrelaçando sua visão ao questionamento direcionado à autora convidada, a mediadora Dulce Neves trouxe à tona do debate a reflexão de que todos os polos buscam o mesmo objetivo, mas com caminhos e formas diferentes. “A maturidade está aí: sentar-se ao lado de quem pensa diferente e poder conversar”, destacou Dulce. A abordagem do debate online apontou para a necessidade do exercício diário para se adquirir a habilidade de ser empático. Mafoane recomendou um passo a passo para começar a atitude proposta pela palavra: “coloque-se como o agente da transformação e não para culpar o outro pela condição que ele tem; não use da sua posição para dar conselhos à outra pessoa; e por último: precisamos assumir que às vezes reproduzimos a violência que tentamos combater todos os dias. Não dá para a empatia ser natural. Somos testados em vários momentos, de formas diferentes. Nós não somos as mesmas pessoas que éramos ontem, estamos vivendo uma fluidez que nos transforma”, recomendou a autora. Como recado final ela deixou o questionamento: como se disponibilizar para o outro? E sinalizou : é preciso saber o que o outro precisa. “Isso é fundamental, pois a empatia é uma habilidade muito importante neste caminho. A empatia te coloca no seu lugar e abre espaço para a escuta real de outra pessoa. É uma chance para que você saia do lugar de superioridade do saber. É uma habilidade muito importante de ser ouvida, quando você pensa em processos realmente de desenvolvimento. A ação “20 Horas de Literatura” aconteceu de 14 a 18 de setembro. O evento foi promovido pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o Sesc-SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. As palestras 100% on-line de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas foram transmitidas ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. Os participantes que se inscreveram pela plataforma da Fundação do Livro e Leitura podem baixar seu certificado online e fazer impressão pessoal.

  • “20 Horas de Literatura” lança e-book e propõe um debate sobre palavras contemporâneas

    Ação marca os 20 anos da FIL – Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto. Agenda segue até a próxima sexta-feira (18), sempre das 18 às 22 horas, com programação transmitida pela plataforma digital recém-lançada da instituição. O evento é gratuito, transmitido com tradução e interpretação em libras e com direito a certificado de participação Teve abertura no dia 14 de setembro a ação “20 Horas de Literatura”, promovido pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o SESC-SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, que comemora os 20 anos da Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto (FIL). O evento, 100% digital - transmitido ao vivo pela plataforma digital recém-lançada da instituição, direto do Theatro Pedro II, com atividades até essa sexta-feira (18/9), com a participação de autores, educadores, jornalistas e intelectuais do cenário brasileiro. O primeiro dia do evento trouxe debates sobre as palavras Globalização, com Cairo Junqueira e mediação de Thais Heinisch; Governança, com João Luiz Passador e mediação de José Manuel Lourenço; Identidade, com Lilian Rosa e mediação de Antonio Costa, e Corrupção, com Cristiano Pavini e mediação de João Carlos Borda. “A partir desta noite, alguns falarão para muitos, que seguem unidos pela palavra”. Foi assim que a curadora da FIL, Adriana Silva, abriu a primeira noite do evento. Direto do palco principal do Theatro Pedro II, com a plateia vazia, Adriana relembrou momentos em que o auditório esteve lotado em edições passadas da Feira. Dannilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC-SP, também deixou sua mensagem para abertura do evento por meio de apresentação de vídeo. “Promover o livro e a leitura é uma das missões mais importantes de qualquer política eleitoral. É através deles que temos oportunidades de penetrar, aprofundar, conhecer e nos envolver com outros universos”. Já o gerente adjunto do Sesc Ribeirão Preto, Lucas Molina, esteve no palco do Theatro Pedro II e deixou seu recado ao vivo, lembrando que o Sesc, parceira oficial do evento e da FIL, comemorou 74 anos no último dia 13 de setembro. “É sempre um prazer participar de ações com instituições que fomentam a cultura e a educação e que envolvam localmente o território que a gente está. Nossa parceria, desde 2015, tem se intensificado. Através dos projetos realizados em parceria com a Fundação já conseguimos alcançar índices superiores de leitores aqui na cidade do que em outros locais”. O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, através de um vídeo, também deixou sua mensagem e parabenizou os 20 anos da FIL, destacando que a iniciativa do evento ultrapassa os limites do simbólico. “Estamos afastados pela pandemia, mas unidos pela literatura, porém entendemos que a arte também é força, coragem e resistência, caminho para a leveza, para o sonho. A Feira do Livro é ela própria, sinônimo de resiliência, demonstrando enorme capacidade de superação. Mais do que nunca, os ensinamentos de Antônio Candido são necessários: ¨literatura é um direito humano¨, é nosso dever trabalhar para garantir acesso à população.” alertou. Lançamento e-book Ainda na abertura do evento, foi lançado o e-book “20 Palavras: Leituras sobre o Agora”, publicado pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto e Edições Sesc. A obra, disponível gratuitamente na plataforma da Fundação, reúne textos dos 20 autores convidados e foi produzida para eternizar as celebrações dos 20 anos da Feira Internacional do Livro (FIL), que teria a sua 20ª edição em 2020, mas foi remarcada para 2021, em função da pandemia do Coronavírus. O e-book reúne textos dos autores convidados com o intuito de reforçar o diálogo e pensamentos sobre as palavras impactantes nas últimas duas décadas e abordadas no evento. O e-book pode ser acessado na íntegra, basta baixar o arquivo PDF. 20 palavras para ressignificar 20 anos As palestras de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas têm transmissão ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. Toda a agenda conta com profissionais especializados em tradução e interpretação em Libras. A programação conta com cinco dias de evento, de 14 a 18 de setembro, com carga horária de quatro horas por dia, sempre das 18 às 22 horas. Os interessados em participar podem se inscrever pela nova plataforma da Fundação do Livro e Leitura e após a finalização do evento terão direito a certificados online para impressão pessoal. Para conferir a programação completa do evento, basta acessar os endereços eletrônicos: Facebook (facebook.com/FundacaodoLivroeLeituraRP) Linkedin (fundacaolivrorp), Twitter (@FundacaoLivroRP) Youtube (FeiraDoLivroRibeirao) Patrocinadores e Parceiros O Ministério do Turismo, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Prefeitura Municipal, Sesc SP e Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto apresentam 20 horas de Literatura. O evento tem Patrocínio Ouro das empresas: Alta Mogiana, GasBrasiliano, Gs Inima Ambient, São Francisco; Patrocínio Prata: Savegnago Supermercado; Patrocínio Bronze: Passalacqua. Pedra Agroindustrial, Ribeirão Shopping e RiberFoods; Patrocínio: ACIRP – Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto, São Martinho e Tanger. Tem como Instituição Cultural o SESC SP – Serviço Social do Comércio e apoio cultural da ALMA – Academia Livre de Música e Artes, Coderp, Fundação Dom Pedro II e Theatro Pedro II, Santa Helena, Sicoob Cooperac, Stecar, Grupo Utam e Grupo Via Brasil. Realização: Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, Secretaria da Cultura de Ribeirão Preto, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Brasil – Governo Federal.

  • A PALAVRA É: SUSTENTABILIDADE

    ‘A sustentabilidade tem que ser uma atitude’ Escritor Daniel Munduruku defende que o homem deve reavaliar seu papel e se inserir na natureza. Só assim a sustentabilidade deixará de ser uma palavra e passará a ser uma atitude Em sua participação, na noite de terça-feira (15/9), no evento “20 Horas de Literatura”, o escritor indígena Daniel Munduruku definiu a palavra Sustentabilidade como a sustentação de nossa vida no planeta e de como a Terra responde às ações do homem. Durante uma hora, ele falou sobre o tema com a mediação da professora Luciana Gasparini. Para Daniel, o homem falha ao se retirar do contexto natural. “Temos a falsa ideia de que somos maiores do que a natureza que nos sustenta. Nós podemos manipular os recursos naturais, nos beneficiarmos deles, mas não somos superiores”. O escritor disse que a ideia predominante, não apenas no Brasil, mas em grande parte do mundo, é a da destruição, quando seria mais inteligente trilhar o caminho da preservação. “A natureza nos garante a vida, então seria inteligente que ela fosse preservada. O que acontece à Terra acontece também aos filhos da Terra. Quando compreendermos isso, a sustentabilidade não será apenas uma palavra, mas se transformará em uma atitude”, avaliou. Como contraponto ao sentido de destruição, Daniel Munduruku prega a necessidade do sentido de pertencimento. “Não podemos olhar de fora, mas sim devemos nos inserir na natureza, e isso passa pela educação da mente, principalmente das crianças. Precisamos saber, desde muito cedo, que bem viver com os recursos naturais, é diferente de viver bem, às custas do acúmulo, do consumo, da riqueza, do lixo e da destruição”, afirmou. Segundo o escritor, o Brasil cresceria muito, economicamente, culturalmente e socialmente, se olhasse para o bem maior que possui, que são os recursos naturais. Para ele, as florestas são também um bem econômico, mas é preciso haver equilíbrio em seu uso. “Povos indígenas também praticam o desmatamento para sua subsistência, mas seguem conhecimentos milenares que nos mostram que a natureza precisa de tempo para se regenerar. O Brasil não pode viver mais este movimento entreguista de suas riquezas, só assim seria uma nação feliz. E eu acredito muito na vocação do Brasil para a felicidade”, finalizou Daniel. A ação “20 Horas de Literatura” é promovida até sexta-feira (18/9) pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o Sesc-SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. As palestras 100% on-line de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas têm transmissão ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. O evento é uma ação comemorativa aos 20 anos da FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto). Os interessados em participar da programação podem ainda se inscrever pela plataforma e ao final do evento vão receber certificado online de participação.

  • A PALAVRA É: PROTAGONISMO

    ‘Uma sociedade plural nasce do exercício da escuta’ Para o escritor Marcelino Freire, sempre é preciso recuar, ficar quieto e ouvir o que os movimentos sociais falam para, assim, não repetirmos erros históricos Na abertura da segunda noite do evento “20 Horas de Literatura”, nesta terça-feira (15/9), o escritor pernambucano Marcelino Freire foi o convidado para falar sobre a palavra Protagonismo, com mediação do artista e produtor cultural Flávio Racy. O escritor começou fazendo uma leitura de seu texto, que integra o e-book “20 Palavras: Leituras sobre o Agora”, e que traz os significados dos dicionários para um encadeamento de palavras, começando, claro, com a palavra tema de sua fala: “Protagonismo (substantivo masculino): Qualidade da pessoa que se destaca em qualquer situação, acontecimento, exercendo o papel mais importante dentre os demais...” “Quando fui convidado para escrever sobre este tema, lembrei que entre os 9 e os 19 anos, fui um ator de teatro, e é no teatro o lugar onde mais se expressa a força de um trabalho conjunto e coletivo. Por isso, não quis ser o protagonista do meu texto, este protagonismo coube ao dicionário”, justificou Marcelino. Para o escritor pernambucano, uma sociedade ideal seria aquela em que não existissem papéis mais ou menos importantes, ou seja, onde o protagonismo não fosse relevante, com todos e todas formando uma sociedade verdadeiramente coletiva. “O protagonismo gera coadjuvantes. A eles cabe esta construção social de forma coletiva. E isso se dá por meio de movimentos culturais e sociais. Quando um movimento nos lembra que é preciso lermos mulheres, isso incomoda os escritores homens. O mesmo se aplica aos escritores negros, às pequenas editoras. Existe todo um movimento à margem do mecanismo literário, dominado pelo homem branco e heterossexual, que exclui, por exemplo, autoras como Geni Guimarães, Ruth Guimarães, Conceição Evaristo e Carolina Maria de Jesus, celebradas há tempos em saraus e slams da periferia, e que mereciam um amplo conhecimento”, disse Marcelino. Uma maneira de dar voz a esta movimentação, que existe e é consistente, segundo o autor, é reconhecer que é preciso recuar e exercer a escuta, se abrir para o novo. “É preciso ficar quieto e ouvir, aprender para não repetir erros históricos. Faça um exercício: olhe para a sua estante de livros. Há autores negros? Mulheres? Pequenas editoras? Quem escolhe os livros que você lê? As grandes editoras e os cadernos culturais dos jornais? Descubra você mesmo, movimente-se, ajude a dar voz a estas pessoas e a construir uma sociedade mais plural”, aconselhou o escritor. A ação “20 Horas de Literatura” é promovida até sexta-feira (18/9) pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o Sesc SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. As palestras 100% on-line de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas têm transmissão ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube.

  • A PALAVRA É: CORRUPÇÃO

    ‘Vocábulo ecoa há 520 anos no Brasil’ Jornalistas fazem resgate do primeiro caso de degradação moral registrado no Brasil, com carta de Pero Vaz de Caminha, até os recentes exemplos dos efeitos de uma das palavras mais citadas nos noticiários da atualidade João Carlos Borda e Cristiano Pavini O debate sobre a palavra corrupção fechou a noite do primeiro dia (14/9) do evento “20 Horas de Literatura” na ótica do jornalista Cristiano Pavini, coordenador do Instituto Ribeirão 2030. A conversa sobre o tema começou com um registro histórico do primeiro exemplo registrado do vocábulo no país. O mediador e jornalista João Carlos Borda lembrou em sua abordagem que, no dia 1º de maio de 1500 ela já foi praticada: quando Pero Vaz de Caminha escreveu para o Rei de Portugal, Dom Manoel, relatando o país que tinha sido encontrado: o Brasil. Na oportunidade, Caminha solicitou que fosse aliviada a questão de seu genro, Jorge de Osório, que se encontrava preso na África por conta de um assalto à mão armada. Cristiano Pavini mostrou que a palavra vem sendo polarizada e, segundo uma pesquisa sobre corrupção que realizou nos principais jornais do país (Folha de São Paulo, Estadão e O Globo), ele garantiu que a encontrou em todas as edições das últimas duas décadas. “Podemos dizer que a corrupção está aparecendo cada vez mais em nosso cotidiano. Não agora, mas nesse contexto de 20 anos para cá”, comenta. O jornalista destacou a Lava Jato como principal movimento anticorrupção do Brasil e analisou a importância desta ação no sentido de revelar os principais esquemas por todo o país. Na visão de Borda, a operação escancarou a corrupção. “Nós desconhecíamos ou especulávamos e não tínhamos a dimensão de como isso poderia ocorrer num plano municipal, como a Sevandija”. Pavini fez também uma análise da maior operação de combate à corrupção já registrada em Ribeirão Preto - a Sevandija - e a intitulou de “Lava Jato Caipira”, lembrando que o movimento revelou que cerca de R$ 200 milhões tenham sido retirados dos cofres públicos da cidade e destinados a interesses pessoais. Sobre o papel do jornalista em meio a uma investigação de corrupção, Pavini explicou que os profissionais sempre correm o risco de subjetivar uma operação e generalizar toda a classe política. “Mas por outro lado, se não denunciamos, como que fica? É muito complicado para a imprensa esse papel, porque ficamos nessa sinuca”, comentou. Pavini ainda brincou, que daqui 20 anos gostaria de voltar à cena do debate, mas, quem sabe, com outra palavra – não mais “corrupção”, mas “transparência”, “governo aberto” ou ainda “controle social”. “Gostaria que o termo fosse outro, porque a mudança não vai acontecer de um ano para o outro. Mas são gerações e gerações que têm de ser alfabetizadas no combate à corrupção”, explicou o jornalista. 20 Horas de Literatura As palestras de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas têm transmissão ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. Toda a agenda conta com profissionais especializados em tradução e interpretação em Libras, com apoio da Secretaria de Educação de Ribeirão Preto. O evento, que acontece até a próxima sexta-feira (18), é uma ação comemorativa aos 20 anos da FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto). Os interessados em participar da programação podem ainda se inscrever pela plataforma e ao final do evento vão receber certificado online de participação.

  • A PALAVRA É: GLOBALIZAÇÃO

    ‘É preciso pensar o âmbito social da globalização‘ Para Cairo Junqueira, professor da Universidade Federal de Sergipe, devemos entender o mundo globalizado muito além do ponto de vista político, econômico e comercial Para o sociólogo Anthony Giddens, o conceito de globalização refere-se à “intensificação das relações sociais em escala mundial e as conexões entre as diferentes regiões do globo, através das quais os acontecimentos locais sofrem a influência dos acontecimentos que ocorrem a muitas milhas de distância e vice-versa”. Foi citando o filósofo social britânico de 82 anos que o professor Cairo Junqueira, docente do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Sergipe (UFS) abriu nesta segunda-feira (14/9) as palestras 100% digitais do evento “20 Horas de Literatura”, promovido até sexta-feira (18/9) pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o Sesc-SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Em sua participação, mediada por Thais Heinisch, coordenadora de Programação do Sesc Ribeirão, o professor afirmou que é preciso entender o âmbito social da globalização, muito além de seus aspectos políticos, econômicos e comerciais. “Entendo a globalização com um grande cesto de coisas, não uma infinidade, mas um aglomerado de fenômenos sociais, culturais, espaciais, tecnológicos e, claro, políticos, econômicos e comerciais”, disse. Para Cairo, se por um lado o conceito de mundo globalizado traz benefícios, como o aumento do fluxo de bens e de pessoas, por outro, apresenta aspectos ruins. “Hoje, é muito fácil e rápido sair do Brasil e em poucas horas estar na Europa. Mas, é fácil para quem? Quem tem condições? Até que ponto a globalização é includente ou excludente?”, questiona o professor, lembrando, mais uma vez, a dimensão social do termo. O mesmo se aplica à tecnologia. Falando ao vivo de Sergipe, por meio de uma conexão de internet, Cairo Junqueira lembrou do grande contingente de pessoas que não possuem acesso a este tipo de tecnologia. Outro ponto levantado pelo professor foi o das rupturas dos processos de globalização, como por exemplo, a pandemia da COVID-19. “A pandemia é algo que coloca a globalização em câmara lenta, se comparada ao final do século 20 e início do século 21. Vemos fechamentos de fronteiras, redução do tráfego aéreo internacional. É interessante observar que a pandemia é algo global, mas que não tem uma resposta globalizada. São dinâmicas diferentes, que exigem respostas locais ou regionais”, avaliou o professor da UFS. As palestras de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras relevantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas têm transmissão ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. Toda a agenda conta com profissionais especializados em tradução e interpretação em Libras. O evento, que acontece até a próxima sexta-feira (18), é uma ação comemorativa aos 20 anos da FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto). Os interessados em participar da programação podem ainda se inscrever pela plataforma e ao final do evento vão receber certificado online de participação.

  • A PALAVRA É: GOVERNANÇA

    ‘A governança faz parte do projeto de humanidade’ Professor da FEA-RP/USP, João Luiz Passador diz que a existência de alguém que governe e seja responsável por regras de convivência é uma característica do ser humano desde o início da civilização O homem é um ser gregário, que desde a pré-história, quando passou a viver em agrupamentos, precisou estabelecer regras de convivência e, por isso, foi preciso alguém ser o responsável por acompanhar estas regras sociais. Nascia aí uma forma de governo. Com os deslocamentos dos grupos, surgiram as posições de conflitos, tornando-se necessária a criação de regras mais rigorosas. Da economia de base agrícola, veio a renovação industrial e seus novos contratos sociais. Acelerou-se o avanço da tecnologia, e a evolução não para. Para conceituar a palavra governança, o evento “20 Horas de Literatura” recebeu na noite de segunda-feira (14/9), João Luiz Passador, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto - USP (FEA-RP/USP). Na conversa, mediada pelo cientista político José Manuel Lourenço, Passador explicou que o processo de governança faz parte do projeto de humanidade e envolve aspectos éticos e sociais, que surgem de decisões coletivas em determinados instantes históricos, e fatores técnicos e operacionais, que são processos de gestão, aplicados desde um governo, até uma empresa da iniciativa privada. “Enquanto em um negócio o objetivo é gerar lucro para o proprietário, em um governo o objetivo seria o de proporcionar benefícios para a população”, disse. Para o professor, o Estado é um conceito abstrato. “É o produto das nossas vontades”. O desafio é como vamos montar este comitê executivo - o governo -, e “como ele vai trabalhar para realizar estas vontades”. Para Passador, o Brasil vive uma democracia moderna tardia, com processos históricos ainda muito presentes e é preciso estimular a abertura de canais de participação popular, como os conselhos representativos dos municípios. “Acredito, ainda, que a educação é o principal pilar. Cidadania se aprende na escola e precisamos formar cidadãos”, afirmou. Saindo do campo de governo, o professor ainda abordou a governança corporativa, segundo ele, algo ainda raro no Brasil. “Temos uma tradição de empresas familiares, um desenho clássico de concentração de propriedade em torno de um dono. Um modelo de governança eficaz seria aquele composto por diretorias executivas, conselhos administrativo e fiscal, que obedeceriam as decisões tomadas por voto em assembleia geral. Quanto mais transparentes e auditáveis, melhores os modelos de gestão”, apontou o professor da FEA-RP/USP. A ação “20 Horas de Literatura” é promovida até sexta-feira (18/9) pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, em parceria com o Sesc-SP e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. As palestras 100% on-line de 20 autores convidados para falar sobre 20 palavras impactantes para o Brasil e o mundo nas últimas duas décadas têm transmissão ao vivo pela plataforma de conteúdo da Fundação (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e por suas redes sociais, como Facebook e YouTube. O evento comemora os 20 anos da FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto), que teria sua 20ª edição neste ano, mas foi remarcada para 2021, em função da pandemia do novo Coronavírus.

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